“Já admito que um próximo PRODUTO TELEVISIVO nos irá trazer SEXO AO VIVO ou PARTICIPANTES A DEFECAREM EM DIRETO. São programas de M… Ou melhor: É A MODA”
“A vida voa” e “o tempo torna-se um bem precioso” num mundo em que tudo está teclando – respigo de uma recente colaboração da Dr.ª LUCINDA FERREIRA neste semanário O DESPERTAR. Merece reflexão este emeritamente refletido e oportuníssimo texto: merecia ser emoldurado e afixado nas paredes das escolas e dos lares portugueses e dos restantes países desenvolvidos. É um alerta para comportamentos desviantes, maquinizados e mcdonaldizados que andamos a assumir e nos quais nos viciamos. Também se escreve (agora) por tudo e por nada, o que é bom. No entanto, nem sempre o objetivo da escrita (e de quem escreve) é cumprido. Há uns anos quando as tribunas eram em menor número o que se escrevia, muitas vezes em tom de alerta e reclamação, tinha mais hipóteses de ser lido e as reclamações ou sugestões atendidas. Observo, nos dias de hoje, um menor feedback – tinha de aparecer um anglicanismo! – no que se escreve como reivindicação ou mera sugestão. São muitos os que escrevem SOBRE TUDO. Podemos lutar contra o “há dias ATRÁS” o que não invalida que até Ministros assim falem com redundância… por desconhecimento ou influência do inglês …”AGO”. É preferível desistir porque este DESVIO entranhou-se nos portugueses e ninguém o estranha. É moda! Ao nível de crónicas já repararam, por exemplo, quantos articulistas pediram a reposição da LINHA FERROVIÁRIA DA LOUSÃ em vez desse tal de metrobus que será ótimo para dentro de Coimbra, mas não para uma zona como a do ramal? E o que nos dizem os Governantes e os Senhores Ministros? Para quê ler o povo! – não me acredito que seja isso que respondem. Mas nem tudo é assim. Insistimos, nestas colunas, na retirada de uma viatura abandonada e que estava a ser gradualmente esventrada no entroncamento da Rua Moinho de Vento com o IC2 na zona de ANTANHOL. Uf! Finalmente a viatura foi retirada. Também aqui se escreveu, há algum tempo, para a necessidade de serem preservados os azulejos artísticos da abandonada Estação da CP da LOUSÃ e, de facto, logo a seguir foram protegidos. Mais: a Linha ferroviária do Oeste tem estações com azulejos lindíssimos que se estavam a deteriorar. Soube-se agora que a CP está a restaurar estas obras de arte. PARABÉNS à CP que ainda vai voltar a ser uma grande empresa ao serviço dos portugueses os quais irão ter possibilidade de disporem de mais e melhores linhas ferroviárias. É A DESCARBONIZAÇÃO ao virar da esquina privilegiando-se a ferrovia em vez da rodovia… mas cuidado, Senhor Ministro, não é ideal alarmar, de um dia para o outro, o português médio que tem um carrito porque não tem comboio e o carrito trabalha com um certo combustível habitualmente mais em conta… Nem sempre as coisas pegam… por moda. Nem sempre o IMEDIATISMO é feliz: às vezes pode encher com dores de cabeça quem tem bolsos vazios. Há MODAS e MODOS.
Moda? Moda nos dias de hoje é olhar para os pés deles e delas e todos de TÉNIS, ou seja, a calçarem SAPATILHAS… como se a cidade fosse um ginásio ou uma sala de ballet. Os pés estão confortáveis – acredito! Mas muitos fazem-no só por moda. Calçam a moda calçando sapatilhas, algumas caricatas, tal como se vestem de fato de treino… apenas porque é moda. E há modos de ser. O prestigiado CALÇADO PORTUGUÊS com excelente qualidade e um belo DESENHO (perdão: tenho que escrever DESIGN) já se vê confrontado e apeado pelas ALPARGATAS. É a democratização do que se veste e calça… a nossos pés. Queriam fato e gravata ou saia e casaco? É a democratização dos costumes, dos usos e dos programas televisivos em que se casam à força para cinco minutos de glória, andam de carro do amor para três tempos de fama, enquanto outros se despem ficando totalmente nus para serem escolhidos por alguém que começa vestido e também se irá despir antes do final do programa ou então irão despir-se mutuamente… porque é preciso ter audiência. Já admito que um próximo PRODUTO TELEVISIVO nos irá trazer SEXO AO VIVO ou PARTICIPANTES A DEFECAREM EM DIRETO. São programas de M… Ou melhor: É A MODA.
Vamos teclar? Sei que está aqui a meu lado, mas não resisto a enviar-lhe um sms. Para quê conversar humanamente quando podemos TECLAR?!