O aumento da esperança média de vida exige mais cuidados e novos desafios da sociedade. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), existem atualmente quase 700 milhões de pessoas com mais de 60 anos em todo o mundo, número que deverá subir para os dois milhões, mais de 20 por cento da população mundial, até 2050.
“O aumento do número de pessoas idosas será o maior e mais rápido no mundo em desenvolvimento, com a Ásia como a região com o maior número de idosos e a África com o maior crescimento proporcional”, refere a ONU, no seu site, num texto sobre o Dia Internacional do Idoso, que se comemora na segunda feira, 1 de outubro (http://www.un.org/en/events/olderpersonsday/index.shtml).
Perante esta realidade, a ONU defende que “é necessária uma maior atenção às necessidades e desafios específicos enfrentados por muitos idosos”, sendo também muito importante valorizar o contributo que estas pessoas podem dar à sociedade onde estão inseridas, desde que lhes sejam dadas as “garantias adequadas”.
Os direitos humanos estão no cerne de todos os esforços nesse sentido. “Não deixar ninguém para trás” é o princípio orientador do Secretário Geral da ONU, o português António Guterres. Esse desígnio requer, contudo, que se tenha em conta que “a demografia importa para o desenvolvimento sustentável e que a dinâmica populacional moldará os principais desafios de desenvolvimento que o mundo enfrenta no século XXI”.
O tema escolhido para este ano assenta na celebração dos mais velhos e na garantia dos direitos humanos. No ano ano em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos (UDHR) completa 70 anos, o Dia Internacional do Idoso enaltece a importância desta Declaração e reafirma o compromisso de promover o pleno e igual desfrute de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais pelos idosos.
Assim sendo, as comemorações visam, de uma forma geral, promover os direitos consagrados naquela Declaração, aumentar a visibilidade dos idosos como membros ativos da sociedade e refletir sobre os progressos e desafios para assegurar o pleno e igual desfrute dos direitos humanos e liberdades fundamentais pelos idosos.
Recorde-se que o Dia Internacional do Idoso, que se comemora todos os anos a 1 de outubro, foi instituído em 1991 pela ONU, com o objetivo de sensibilizar a sociedade para as questões do envelhecimento e da necessidade de proteger e cuidar da população mais idosa.
Esta data é assinalada habitualmente com as mais diversas atividades, que envolvem os seniores, procurando proporcionar o convívio e a confraternização, num dia de alegria e carinho para com as pessoas mais velhas que tanto têm ainda para dar e ensinar às gerações mais jovens.
Portugal é dos países mais envelhecidos da UE
Portugal é um dos países mais envelhecidos da União Europeia (UE), estando à frente da vizinha Espanha. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados em março, 20,7 por cento da população portuguesa tinha 65 anos ou mais em 2016, mais dois por cento do registado em Espanha.
Portanto, em 2016, um em cada cinco portugueses era considerado idoso, o que torna Portugal num dos países mais envelhecidos da UE, referia então o INE num documento intitulado Península Ibérica em Números 2017. Com base nesse estudo, Espanha foi, em 2015, o país da UE que registou o valor mais elevado na esperança de vida à nascença para as mulheres (85,7 anos), tendo Portugal apurado um valor próximo (84,3 anos), estando ambos os países acima do que se registou na UE (83,3 anos).
Já em maio, o INE anunciava também que a esperança média de vida em Portugal entre 2015 e 2017 foi de 80,78 anos, que regista um aumento face aos dois anos anteriores, sobretudo para os homens.
Recorde-se que, em fevereiro de 2017, foi também publicado um estudo na revista de ciência médica “The Lancet” que inclui 35 países e que dava conta que a expectativa de vida deve continuar a subir nos países desenvolvidos e em alguns deles superar os 90 anos até 2030. Comparando as previsões para 2030 com a realidade de 2010, o trabalho assinala que Portugal será dos países com maior subida em relação às mulheres, em conjunto com a Coreia do Sul e a Eslovénia. De acordo com o estudo, as mulheres portuguesas terão em 2030 uma esperança média de vida superior em 4,4 anos (6,6 e 7,4 na Coreia e na Eslovénia, respetivamente).