A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou 2020 como o ano de apoio aos enfermeiros, reconhecendo a importância que têm para a saúde e bem estar da população e alertando também para a necessidade de criar mais empregos nesta área.
A OMS aproveitou também as comemorações do Dia Mundial da Saúde, a 7 de abril, para enaltecer o seu trabalho. Numa altura em que todos os profissionais de saúde estão na linha da frente na resposta à Covid-19, lançou o mote “Tire um minuto para dizer obrigado”, apelando aos cidadãos para que tomem consciência da importância do trabalho que desenvolvem e lhes agradeçam pelo que fazem por todos nós.
Na ocasião, lançou, pela primeira vez, o Relatório de Enfermagem do Estado do Mundo em 2020, onde estima que são necessários mais seis milhões de enfermeiros até 2030 para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável, principalmente em países subdesenvolvidos.
Guadalupe Simões, dirigente nacional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, enaltece o facto da OMS ter dedicado o ano de 2020 aos enfermeiros antes do país e do mundo se deparar com este estado de emergência criado pela Covid-19. Sublinha, aliás, que “a OMS tem vindo a alertar, há já vários anos, para a brutal carência de enfermeiros no mundo inteiro e em particular na Europa”.
Acredita mesmo que as previsões da OMS poderão ter que ser revistas, uma vez que, “mesmo nas melhores expetativas do Governo e do ministério da Saúde, só iremos ter uma vacina daqui a um ano”. Em relação a Portugal, lembra que o sindicato tem alertado para a necessidade de “aumentar o número de contratações de enfermeiros”, uma “exigência que é ainda mais premente nos tempos atuais”.
“Com as medidas restritivas que temos vindo a tomar – e bem – para evitar o contágio, será muito difícil criar uma imunidade de grupo, o que significa que iremos continuar a ter pessoas infetadas, a serem cuidadas quer nos hospitais, quer em casa. Para podermos assegurar esse acompanhamento temos, naturalmente, que contratar muito mais enfermeiros”, alerta.