Os portugueses consideram muito importantes os crimes contra o ambiente e querem mais eficácia ao seu combate. Esta é uma das principais conclusões de um estudo realizado no âmbito do projeto “LIFE Nature Guardians”, destinado a minimizar os efeitos do crime contra o ambiente em Portugal e Espanha e melhorar a eficácia do seu combate.
Os resultados foram divulgados na sexta feira, 22 de maio, Dia Internacional da Biodiversidade, pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), que defende que são necessárias “sentenças mais pesadas” nos crimes contra o ambiente.
A SPED dá conta que no inquérito realizado a 700 portugueses, 80 por cento dos inquiridos entende que “o Governo não dá importância suficiente às questões ambientais e quase 90 por cento considera que os crimes contra o ambiente são tão ou mais importantes que outros tipos de delitos”.
No mesmo inquérito, os participantes avaliaram como “insuficiente a eficácia das entidades que combatem os crimes contra o ambiente, bem como da própria legislação”.
Joaquim Teodósio, coordenador do Departamento de Conservação Terrestre da SPEA, considera que, para corresponder a esta preocupação dos portugueses e para reduzir significativamente os crimes contra o ambiente são precisas “sentenças mais fortes, que tenham realmente um efeito dissuasor, para que os perpetradores não fiquem impunes, e estes crimes deixem de ser vistos como ‘lucrativos’”.
De acordo com a SPEA, entre 1998 e 2017 foram registados em Portugal 1.066 crimes contra a natureza.