A Associação Nacional das Farmácias (ANF) apoia a fixação pelo Estado de uma margem máxima de comercialização das máscaras e outros produtos de prevenção do contágio pelo novo coronavírus.
O presidente da ANF, Paulo Cleto Duarte, considera que “todas as medidas favoráveis à proteção da população merecem a adesão sem reservas das farmácias portuguesas”, acrescentando mesmo que “a maioria das farmácias, na prática, já está a adotar margens inferiores ao limite fixado pelo Governo”, estando mesmo algumas “a revender esses produtos ao preço de aquisição, juntando apenas o IVA, sem qualquer lucro próprio”.
Apesar de cerca de 24 por cento das farmácias enfrentarem processos de penhora e insolvência, o presidente alerta que é preciso resolver primeiro “a crise sanitária que ameaça a população, só depois a crise das farmácias”.
Máscaras, álcool, luvas e outros equipamentos de proteção individual contra a Covid-19 são vendidos em múltiplos estabelecimentos. Eram produtos de preço livre, mas as farmácias anteciparam a sua regulação. No dia 24 de março, a ANF recomendou às suas associadas uma margem máxima de 17,5 por cento, igual à margem legal dos medicamentos sujeitos a receita médica, que é a mais baixa da Europa. A ANF adianta que escreveu então ao Primeiro-Ministro pedindo medidas para “restabelecer o fornecimento de matérias de proteção aos utentes e às equipas das farmácias a preços normais de mercado”. A ANF acrescenta, ainda, que fez chegar à ASAE centenas de denúncias relativas a propostas de comercialização apresentadas às farmácias com preços 100% a 1.000% superiores aos praticados antes da pandemia.