Um porco criado à moda antiga; preparado à antiga, com sarrabulho e tudo e uns rojõezitos a acompanhar; vinho a condizer; para amenizar umas castanhas com jeropiga. E por fim o melhor: apoio a uma instituição feita por amor há dezenas de anos, mantida por amor ao longo de gerações sucessivas e que precisa de ter com a comunidade uma relação de proximidade e cumplicidade porque dela precisa para fazer face às carências que lhe são inerentes. Onde e quando? Já neste sábado, dia 12, na Casa dos Pobres de Coimbra. Ao meio dia. Um magusto-convívio com todos os ingredientes, incluindo a amizade e a solidariedade.
Os leitores sabem onde queremos chegar porque conhecem desde há anos esta peregrinação do “Despertar” em nome e a favor da Casa dos Pobres, instituição que faz parte da nossa terra, a que todos pertencemos por dever de apoio e imperativo solidário. De quando em vez a instituição promove iniciativas desta natureza, no intuito de com elas conseguir mais uns tostões, naquela estratégia de que, quem precisa, não pode nunca abdicar: grão a grão……
Ser pobre não é destino, mas às vezes parece
Está a Casa dos Pobres a entrar em obras de ampliação, já que as instalações existentes se tornaram insuficientes para uma tão grande lista de espera. Na busca de uma dimensão que, acautelando as necessidades mais urgentes e ao mesmo tempo se aproxime do ponto de equilíbrio que lhe permita cumprir, de forma humilde mas a contento dos seus utentes, a Casa dos Pobres tem de ser Casa para mais gente, desde a mais pobre àquela que tiver meios para pagar um pouco mais, assim nivelando e equilibrando o barco que, vivendo permanentemente no mar encapelado dos tempos difíceis, se agarra às amarras da esperança para não virar no alto mar. Promover iniciativas de apoio, abertas a todas as pessoas de boa vontade, chamar e envolver a comunidade numa realidade social que não tem dono por a todos pertencer, é uma das tarefas irrecusáveis da Direcção que não tem outros meios para suprir o que falta entre as receitas que tem e as despesas que suporta.
Até sábado
O magusto de sábado é uma dessas iniciativas e nela depositam os órgãos dirigentes da Casa dos Pobres compreensíveis expectativas. Dos géneros a consumir, muitos deles são oferta deste ou daquele, são donativos desta ou daquela empresa. São ajudas conscientes e responsáveis. Quem não tem condições para assim agir, tem uma alternativa igualmente válida: sozinho ou em família, pega em si e vai até S. Martinho do Bispo, onde encontrará pessoas de todos os estratos, irmanados por um só objectivo: estar presente e ajudar, convivendo ao mesmo tempo com amigos que muitas vezes se encontram apenas nestas ocasiões. Além da comida preparada à antigamente, outras coisas haverá para garantir animação: o sorteio da “Cesta de S. Martinho”, com produtos diversos, com cantares à mistura a cargo do Grupo Etnográfico das Casas Novas.
Os 15 euros do bilhete de ingresso, ainda que não vá além disso e em alguma gente irá com certeza, ajudarão a aquecer o Natal da Casa dos Pobres e seus residentes, em ternura, carinho e apoio, tempero tradicional das consoadas das pessoas social e familiarmente responsáveis. A Casa dos Pobres espera por si. Neste sábado, por volta do meio-dia.