A Universidade de Coimbra (UC) vai receber 15 milhões de euros da Comissão Europeia para criar o Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento (MIA), aquele que vai ser o primeiro centro de investigação de excelência nesta área no Sul da Europa.
Apresentado na terça feira, pela presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa, este projeto vai contar com um investimento global de 50 milhões de euros, estando prevista a construção de um edifício para albergar o instituto no polo III da Universidade, que terá um custo de cerca de 17 milhões de euros.
Promovida pela CCDRC, esta candidatura teve a liderança científica da Universidade de Coimbra e o projeto vai ser realizado em parceria com o Instituto Pedro Nunes (incubadora de Coimbra), a Universidade de Newcastle (Reino Unido) e o Centro Médico Universitário de Groningen (Holanda), sendo que a maioria das atividades e investimento será realizado na região, salientou Ana Abrunhosa.
“Numa região onde o envelhecimento da população é um dos desafios societais mais preocupantes, este centro de excelência irá assumir um lugar de vanguarda internacional na pesquisa da biologia do envelhecimento, aliando este conhecimento a estratégias de intervenção e cuidados de saúde que melhorem a esperança de vida saudável do ser humano. O MIA pretende ainda fomentar novas práticas de empreendedorismo, oferecendo oportunidades de negócios à região, criando postos de trabalho altamente qualificados e estimulando a economia”, realça a CCDRC.
De acordo com Ana Abrunhosa, os 15 milhões de euros dos fundos europeus serão utilizados para a contratação de investigadores e o projeto vai atuar em torno de três pilares – formação avançada, inovação e transferência de conhecimento e investigação. O edifício deverá estar construído dentro de três anos, de forma a que as equipas se possam instalar, sendo a contratação de investigadores feita gradualmente.
Presente na sessão, o reitor da UC, Amílcar Falcão, informou que só no edifício serão investidos cerca de nove milhões de euros do orçamento da instituição (haverá uma parte semelhante de fundos do programa operacional regional).
“Queremos um projeto que possa durar e autossustentar-se no futuro. Isto é algo que veio para ficar e que é estruturante para a Universidade, sublinhou, acrescentando que, apesar de o projeto estar centrado na área da saúde, face à sua dimensão multidisciplinar, pode alavancar outras áreas do conhecimento da UC.
Segundo o coordenador científico da candidatura, Rodrigo Cunha, o MIA deverá contar com cerca de 50 a 60 investigadores a trabalhar, sendo que serão contratadas oito equipas de investigadores, que vão juntar-se às equipas que na UC já trabalham esta temática.
Rodrigo Cunha destacou as excelentes características que Coimbra tem para receber este instituto e sublinhou a importância de “compreender melhor o que acontece quando envelhecemos”, já que “o envelhecimento é o principal fator de risco” para várias doenças crónicas.