Coimbra é o concelho do país que regista a maior perda demográfica no que toca a jovens entre os 25 e os 29 anos. Esta é uma das conclusões de um estudo realizado pelo movimento Somos Coimbra, divulgado na terça feira e que tem por base dados que vão de 2001 a 2018.
De acordo com o movimento, o estudo indica que “Coimbra ocupa rigorosamente o último lugar de todos os concelhos de Portugal, ilhas incluídas, como concelho com a maior perda demográfica” naquele período e no que toca àquela faixa etária. Dá conta que em 2001 havia 12.000 residentes com essas idades no concelho, número que baixou para 5.000 em 2018, o que representa uma descida de 54 por cento, muito acima da média nacional que, naqueles 18 anos, se situou nos 33 por cento. O movimento sublinha que, nesta estatística, apenas entra a população residente, não englobando os jovens estudantes que vêm para Coimbra tirar os seus cursos.
O movimento Somos Coimbra considera que “a faixa etária dos 25 aos 29 anos é muito importante”, já que é nessa idade que, normalmente, “os jovens com formação superior, e não só, procuram o seu primeiro emprego”. Em nota divulgada, considera que “estar exatamente na última posição é uma surpresa para quase todos, pois ainda se pensa em Coimbra como um concelho do litoral desenvolvido, e não como uma cidade do interior, desertificada”. José Manuel Silva, líder do movimento, considera que quem sente os efeitos desta “desertificação” de forma “mais dramática são os pais e os avós residentes no concelho de Coimbra, que veem os seus filhos e netos serem obrigados a emigrar para outras regiões de Portugal ou mesmo para o estrangeiro”. No seu entender, “praticamente todas as famílias do concelho de Coimbra já viram, nos últimos anos, algum dos seus jovens ter de ir procurar emprego noutra cidade ou noutro país, não por opção de valorização profissional ou curricular, mas porque não encontram alternativa de emprego em Coimbra”.
José Manuel Silva admite que “começa também a ser uma realidade particularmente preocupante o facto de muitos jovens, filhos de famílias de Coimbra, já não quererem fazer o ensino superior na cidade, procurando outras zonas do país em que têm mais perspetivas de emprego quando terminam a sua formação superior”. Considera que “este grave problema resulta de uma gestão camarária desastrosa ao longo das últimas décadas, que transformou Coimbra num concelho nada acolhedor para a iniciativa empresarial que cria empregos”.
O estudo pode ser consultado em https://www.somoscoimbra.org/.