Julgo que foi num domingo de julho de 1956: o meu pai mostrou-me o título de um dos diários do Norte em que era noticiado o acidente rodoviário grave que envolvera o Padre AMÉRICO. Nos BUJOS, em MIRANDA DO CORVO, tinha criado a CASA DO GAIATO – uma obra que acolhia os rapazes pobres, os rapazes da rua. Viajava quase sempre de comboio de e para Miranda. Quando partia entrava na estação da CP, ia para o gabinete do meu pai que lho franqueava com gosto e deferência e encostava-se, junto à bilheteira, com as suas largas vestes, acenando daí, pelo postigo, aos seus rapazes, que em magotes acompanhavam o PAI AMÉRICO e dele se despediam. Faziam-no com o amor que qualquer filho manifesta em relação ao seu pai e deste para o descendente. Assisti duas ou três vezes a esta cena: era o querido e admirado benfeitor PADRE AMÉRICO. Estudara no Seminário de Coimbra onde se ordenou. Esteve nalgumas paróquias e orientou várias obras de beneficência em Coimbra. A cidade, tal como o país, muito devem a este BENFEITOR. Tudo o que se diga de bem fica aquém do bem que fez, uma notabilíssima obra social e familiar. Era tão querido e foi tão inesquecivelmente simpático para mim nos meus sete anos de idade (tal como era para os seus RAPAZES), que nunca o esquecerei. Quase quis ser um dos seus “rapazes” tal a admiração que lhe tive. Um ou dois dias depois do acidente soubemos da sua morte. Chocou-nos. Mas a CASA DO GAIATO estava ali ao lado e a obra continuou com outros seguidores. Ficou a sua memória e hoje congratulamo-nos porque em breve o PADRE AMÉRICO irá ser santificado.

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Atrevo-me a realçar Grandes PROTAGONISTAS, cada um em sua área, depois de ter evocado PAI AMÉRICO que nos deixou há 65 anos. Foi a 16 de julho de 1956.

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Um bom homem, personalidade de irradiante simpatia, foi uma espécie de PRÓ REITOR HONORIS CAUSA PARA O TRANSPORTE DOS NOSSOS MAGNÍFICOS REITORES. Nunca ninguém foi motorista de tantos Magníficos Reitores como o Senhor JOSÉ ANTUNES. Amanhã, sábado, às 15 horas, vai ser descerrada, no SENHOR DA SERRA, uma placa toponímica que dá o nome de JOSÉ ANTUNES à rua que vai da Escola Ferrer Correia até à saída da povoação no sentido de Coimbra, União de Freguesias de Semide e Rio de Vide. Devem estar presentes MIGUEL BATISTA, chefe do executivo mirandense, JOÃO CARVALHO, líder da Junta de Freguesia que dinamiza a homenagem, o inesquecível e Antigo Reitor SEABRA SANTOS que tem uma “ternura” especial por JOSÉ ANTUNES (pois, pois! como tiveram todos, é verdade) e JOÃO MOURATO, até há pouco presidente da Assembleia Municipal mirandense. Espero também ir abraçar com um F.R.A. este nosso Amigo. Se não for amanhã será em breve porque a amizade eterniza-se tal como a qualidade de homens que foram exemplares no seu percurso profissional como foi o Senhor ANTUNES ao serviço da Universidade de Coimbra e dos seus eminentes e MAGNÍFICOS REITORES.

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Permitam-me mais duas curtas referências a ENORMES e prestigiadíssimas FIGURAS DE COIMBRA: ao Catedrático DUARTE NUNO VIEIRA eleito presidente da ACADEMIA NACIONAL DE MEDICINA DE PORTUGAL (Parabéns) e ao PROFESSOR JUBILADO LINHARES FURTADO que há 52 anos realizou o primeiro transplante de rim no nosso país. A propósito de transplantação ouso sugerir a leitura de um oportuno artigo do conceituado médico intensivista, JOÃO PAULO ALMEIDA E SOUSA, publicado no Diário de Coimbra da última terça-feira (p.9) em que lembra este feito de há 52 anos e reflete na recente colheita de rins provenientes de um dador em paragem circulatória feita no Hospital da Universidade (CHUC), chamando a atenção para o Serviço de Medicina Intensiva deste hospital que considera âncora institucional da atividade de doação.

Grandes PROTAGONISTAS que prestigiam a prestigiada COIMBRA.