Vítor Campos, antigo futebolista da Académica de Coimbra, faleceu na sexta feira, 8 de março, vítima de doença. O médico, que completaria 75 anos na passada segunda feira, foi uma figura ímpar da história da “Briosa”, tendo vestido a camisola do clube entre 1963 e 1976. No total, representou a Académica em 345 jogos e participou em duas finais da Taça de Portugal, em 1967 e 1969, e integrou a equipa que foi vice-campeã nacional em 1966/67. Foi também um dos atletas que se destacou em plena crise académica, quando a equipa teve um papel relevante na luta dos estudantes contra o regime ditatorial.
Na página de facebook da Académica, o presidente da Direção deixou uma mensagem de pesar para toda a família do extinto e também para a vasta família da “Briosa”. “Hoje [8 de março] a Académica está de luto. Hoje perdi um ídolo que me deu o privilégio de ser seu amigo. Foi com imensa tristeza que recebi a notícia do falecimento do Dr. Vítor Campos”, escreve Pedro Dias Roxo, apresentando o seu pesar “à sua mulher, irmãos, filhos, netos e a todos os que lhe eram próximos”.
O presidente da Académica/Organismo Autónomo de Futebol (OAF) sublinhou, ainda, que Vítor Campos “continuará a ser o expoente máximo do que é ser Académica”. “Perdemos um dos maiores da nossa História, uma personalidade ímpar, uma referência excecional e, acima de tudo, um exemplo do amor a uma instituição, de integridade, de devoção, de honra, de princípios e de valores”, continua, assegurando que Vítor Campos “será sempre recordado pelas suas qualidades como atleta, como médico e como Homem”.
Sócio n.º 1 do Núcleo de Veteranos da AAC/OAF, Vítor Campos era, sem dúvida, um dos símbolos da Académica. O presidente do Núcleo, Frederico Valido, recorda a sua “carreira ímpar, no panorama académico”, mas também a forma como sempre esteve disponível para “dar o seu contributo à AAC”. Na vertente médica, sublinha que o anestesista dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) foi “um exemplo de profissionalismo, competência, rigor e carácter”.
Também o antigo futebolista José Belo lamentou esta perda, considerando que Vítor Campos será sempre “a incontornável luz de referência da Académica”, evocando as suas “ideias cheias de conteúdo, provindas de um espírito agudo e crítico”.
José Martins Nunes, ex-presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), recorda que Vítor Campos era um “profissional extremamente competente, que exerceu sempre a atividade com princípios éticos e valores”, deixando uma “enorme saudade como profissional de saúde e cidadão exemplar”.
Para o irmão, Mário Campos, a morte de Vítor Campos representa “o desaparecimento de um pedaço da Académica e de Coimbra”.
Recorde-se que, para além do seu percurso desportivo e profissional, Vítor Campos foi também membro da Direção da Académica/OAF, tendo desempenhado um importante papel na fase da extinção da antiga Secção de Futebol da AAC e da criação do Clube Académico, que precedeu o OAF.
As cerimónias fúnebres de Vítor Campos decorreram no Estádio Cidade de Coimbra e o funeral realizou-se no sábado, para o Cemitério da Conchada.