“A cidade vai chegar ao Mondego. Para quem? Como?” é o tema do debate que vai juntar amanhã, a partir das 15h00, no Hotel D. Inês, representantes de várias forças políticas e entidades.
Promovida pelo movimento Cidadãos por Coimbra (CpC), esta “jornada de reflexão” começa com a intervenção de três convidados – João Rebelo, membro do Colégio Civil da Ordem dos Engenheiros e especialista em Planeamento Urbano e Ordenamento do Território; Manuel Salgado, arquiteto e presidente da Sociedade de Reabilitação Urbana de Lisboa; e Nuno Grande, professor associado da Escola de Arquitetura da Universidade de Coimbra, num debate moderado por Catarina Parente, dirigente do CpC.
O encontro continua com a intervenção das várias forças políticas presentes. Durante a apresentação do evento, na quarta feira, o coordenador do movimento, Jorge Gouveia Monteiro, adiantou que, naquela altura, estava já confirmada a presença de Carlos Cidade, em representação do Partido Socialista (PS) e também da Câmara Municipal de Coimbra; Nuno Freitas, do Partido Social Democrata (PSD); José Manuel Silva, do movimento Somos Coimbra; e Adelino Gonçalves, do CpC. A estes juntam-se, ainda, representantes da Metro Mondego e da Infraestruturas de Portugal, podendo associar-se ainda outras forças políticas e entidades.
O evento é aberto à comunidade, sendo recomendado que efetuem inscrição prévia, através do email cidadaos.coimbra@gmail.com, uma vez que, no atual cenário de pandemia, a lotação da sala é limitada a 120 participantes.
Jorge Gouveia Monteiro explica que o objetivo deste encontro passa por “pôr toda a gente a refletir sobre a zona ribeirinha”, uma área que tem uma “potencialidade colossal”. Recorda que Coimbra sempre foi uma “cidade bafejada e castigada pelo rio”, uma “cidade que tarda em abraçá-lo” e que precisa de olhar para esta área, que vai da estação Nova à ponte Açude, de uma forma mais atenta. Lembra que são “cerca de dois quilómetros de extensão, um total de aproximadamente 20 hectares, onde a cidade pode ganhar uma oportunidade fantástica com a libertação da via férrea”.
Congratula-se pelas várias forças políticas terem aceitado o convite do CpC para se associarem ao debate, esperando que na tarde de amanhã possa surgir uma reflexão profícua sobre esta zona e a forma de a poder potenciar e trazer, com urgência, para a “agenda política”.
“É muito importante juntarmos as várias forças políticas a discutir este tema. Estamos orgulhosos de termos conseguido esta disponibilidade para participarmos neste debate e esperamos que saiam dali boas conclusões”, sublinhou Gouveia Monteiro.
O coordenador do CpC explica que “aquele é um território muito bem estudado e que, no fundamental, tudo está já no papel”, sendo agora necessário “pôr esses estudos e conclusões em prática”. “Neste momento estamos a falar de um território que está altamente desqualificado mas que tem um potencial colossal para os cidadãos poderem vir a fruir. A ideia é valorizar a zona ribeirinha e potenciar a cidade. Desejamos a multifuncionalidade, que é fundamental para a atratividade da cidade e para a sua ligação ao rio”, já que, “caso esta ligação seja bem feita, Coimbra ganha uma força de atração prodigiosa”.
O CpC defende para aquela zona uma oferta variada, como mais áreas verdes, habitação para jovens, indústria criativa, pesqueiros, esplanadas, entre outros atrativos. Gouveia Monteiro considera que aquela zona ribeirinha pode “ser uma nova centralidade da cidade”, que beneficiará também com a “rede de transporte de qualidade e de grande cadência – o Metrobus”. Espera, por isso, que este debate contribua para pôr este assunto “na agenda política” para que se possa pôr “mãos à obra e garantir que aquela vai ser uma área bonita a sério”.