A Câmara de Coimbra apresentou um “plano de salvação” para os Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), que prevê a renovação da frota até 2030, num investimento total de 40 milhões de euros.
“Este é um plano de salvação municipal para os SMTUC. A única saída é a renovação da frota que, no final, vai custar cerca de 40 milhões, num investimento feito pela Câmara, porque os SMTUC não têm capacidade de investimento nem autonomia para o fazer”, apontou o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva.
Durante a apresentação do Plano de Renovação da Frota e de Melhoria do Desempenho dos SMTUC, que decorreu na passada quinta-feira (9), o autarca destacou que “metade da frota dos SMTUC estava podre e não sabiam”. “Em pouco mais de um ano elaborámos um plano de renovação da frota, extremamente bem elaborado, e que reflete o estado da frota e as necessidades dos SMTUC no imediato e a médio prazo”, acrescentou.
De acordo com o presidente da Câmara de Coimbra, o Plano de Renovação da Frota SMTUC só foi apresentado publicamente depois de ser dado a conhecer “a todos os partidos políticos”.
“Os SMTUC são um desígnio e uma causa de todos nós, de todas as forças políticas. Queremos que este plano de renovação da frota seja um do Município e envolva todas as forças políticas neste desígnio de salvar os SMTUC, porque é isso que está verdadeiramente em causa”, sustentou.
Ao longo da sua intervenção, José Manuel Silva evidenciou que este plano “representa o maior investimento alguma vez feito nos SMTUC”, sendo este um documento “flexível” e que pode vir a ser adaptado às oportunidades de financiamento e à futura integração com o MetroBus.
“Este plano de renovação ainda não tem um plano de financiamento, a estudar numa segunda fase. Será de uma exigência tremenda para a Câmara Municipal, mas temos de cumprir, custe o que custar”, vincou.
Já a vereadora Ana Bastos, também presidente do Conselho de Administração dos SMTUC, informou que este plano, a concretizar até 2030, tem três cenários possíveis. No entanto, optaram por apresentar publicamente o “mais realista e exequível”. “Esta proposta prevê a aquisição de 15 novos autocarros por ano e a diminuição da taxa de imobilização na ordem dos 5%”, num custo total de 40 milhões de euros”, revelou.
No imediato está também previsto o aluguer de cinco a 10 autocarros standard com dois a três anos, a aquisição de 10 a 20 autocarros diesel standard usados “com uma idade média e quilometragem aceitáveis” e ainda o abate de 15 autocarros, num investimento de 3,3 milhões de euros.
Já de 2025 até 2030, serão adquiridos anualmente 15 viaturas elétricas novas (investimento anual superior a 6,3 milhões de euros).
Ana Bastos frisou ainda que a Câmara Municipal está atenta e empenhada “na procura de linhas de financiamento, aguardando com grande expetativa as linhas de financiamento europeu”.
Para além da renovação da frota, o plano contempla também a melhoria do desempenho da Divisão de Equipamento e Manutenção, através da contratação rápida de pessoal para as oficinas e para a gestão de sistemas e aumentar as ações de formação / troca de experiência; da manutenção da prestação de serviço de manutenção externa; da melhoria dos sistemas informáticos, nomeadamente de monitorização da frota, custeio de “obras” e gestão do aprovisionamento; da melhoraria de gestão de ‘stocks’ e uma maior celeridade nos processos de aquisição.
Em janeiro, o Município de Coimbra divulgou uma análise técnica onde indicou que os SMTUC têm mais de um quarto dos autocarros da sua frota com 20 ou mais anos de idade. Segundo a lista técnica, registam-se 47 autocarros com 20 ou mais anos de idade, o que representa cerca de 26% do total da frota. A média de idades atual da frota é de cerca de 16 anos. Já a taxa de veículos imobilizados representa mais de 40% do total de 177 autocarros.