Com o aumento do número de casos de Covid-19, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) começou a sentir, também, “algumas dificuldades em relação à obtenção, junto dos fornecedores, de todos os componentes dos equipamentos de proteção individual”.
“Verificou-se a falta de artigos de proteção da cabeça, da região cervical e ombros (Cogula) e de botas de proteção de cano alto”, alerta a unidade hospitalar, acrescentando que, “para fazer face a este problema, um conjunto de profissionais desenvolveu soluções criativas e foi lançado o desafio de colmatar internamente esta lacuna, com a confeção dos artigos em falta”. Assim, como resposta a este repto, seis profissionais que desempenham funções na rouparia, na área da costura, dedicaram-se, desde logo, em exclusivo a esta tarefa.
“Foi assim que, no passado dia 12 de março, foi possível produzir, no CHUC, a primeira cogula e as primeiras botas, em tecido adequado à função de proteção dos profissionais de saúde, que lidam diretamente com os doentes vítimas, ou possíveis vítimas da Covid-19”, realça o CHUC.
De acordo com os dados divulgados, desde essa altura foram já produzidas cerca de 450 botas e 700 cogulas. “Foi uma solução inovadora, criada com o espírito do improviso de quem tem de ser eficaz, no momento seguinte, e que não baixa os braços perante as adversidades, a incerteza e o desconhecido. Foi claramente uma aposta ganha, pois, neste momento, vários hospitais estão a adotar a mesma metodologia para responder à escassez deste tipo de artigos no mercado”, frisa.
O CHUC destaca e aneltece “o valioso contributo destas profissionais, pois foram pioneiras e disseram imediatamente sim a esta tarefa que tem mantido a segurança na prestação de cuidados”.
“Com o aumento do número de casos tornar-se-á difícil confecionar todas as peças necessárias, pelo que estamos, neste momento, a tentar organizar grupos externos, de voluntários, que possam ajudar nesta tarefa, utilizando o material do hospital”, apela o CHUC.