A Casa dos Pobres de Coimbra promove hoje, a partir das 19h00, nas suas instalações da Quinta do Cedro, em S. Martinho do Bispo, uma sardinhada solidária, um evento aberto a toda a comunidade que pretende proporcionar um final de tarde de convívio e confraternização, ao mesmo tempo que procura angariar apoios para esta importante instituição da cidade.
Esta é mais uma iniciativa que a Direção lança com o objetivo de reunir apoios para esta causa, sensibilizando e envolvendo a comunidade nas lutas e desafios que tem que ultrapassar diariamente. A presidente da instituição, Maria Luísa Carvalho, assume que a Direção tem procurado criar “ações diferenciadoras” que ajudem esta instituição que completou, a 8 de maio, 84 anos de existência.
A ideia da sardinhada solidária já surgiu no ano passado, à hora de almoço, mas a Direção decidiu realizá-la, desta vez, ao final do dia, num horário mais acessível para todos. A Casa dos Pobres vai estar decorada com motivos alusivos à época dos santos populares, com enfeites realizados pelos utentes, não faltando também os manjericos. As pessoas só têm que aparecer, saborear a sardinha que é tão apreciada nesta quadra e desfrutar do ambiente de confraternização. Os utentes, como tem sido habitual, também se juntam à festa.
“Gerir uma casa como esta nem sempre é fácil. Temos que ser criativos para conseguirmos fazer face às necessidades que vão surgindo no dia a dia, sejam despesas normais ou extraordinárias”, realça Maria Luísa Carvalho, dando conta, por exemplo, da necessidade atual de renovar alguns equipamentos que têm avariado. “É a nossa luta diária que nos obriga a fazer estas iniciativas e a chamar a sociedade a contribuir com a nossa instituição”, explica, considerando que, para além do grupo de “Os Românticos”, com o habitual almoço mensal, é preciso “abrir a casa a outras pessoas”, trazendo-as para as instalações através destes eventos variados e dando-lhes a conhecer a realidade que ali se vive diariamente.
Maria Luísa Carvalho espera que este seja “um final de tarde e uma noite agradável” e convida as pessoas a aparecerem e a continuarem “a ajudar esta instituição que tem merecido o carinho da cidade de Coimbra”.
Recorda que a Casa dos Pobres continua a trabalhar na sua lotação máxima, acolhendo 63 utentes, uma capacidade que está muito longe de responder aos pedidos de ajuda que chegam diariamente à instituição, que continua a ter uma lista de espera com centenas de pessoas.
A ansiada ampliação das instalações está a ser tratada, encontrando-se o projeto, de acordo com a presidente, “na fase da entrega das especialidades e na fase final da criação do caderno de encargos para concurso internacional da obra”. Maria Luísa Carvalho espera que este processo esteja concluído em breve, de forma a que “se possa dar início à obra”.
“É nossa preocupação tentarmos minimizar as deficiências do sistema porque efetivamente há uma grande necessidade de lares residenciais. Lamentavelmente continuamos a não conseguir socorrer os casos graves que nos batem à porta”, realça, dando conta que os pedidos de ajuda chegam diariamente e são, por vezes, “casos desesperados, verdadeiramente dramáticos, aos quais não estamos a conseguir responder”.