Fundada a 8 de maio de 1935, a Casa dos Pobres completou esta segunda-feira (8) os seus 88 anos a atuar na promoção da dignidade da vida humana e a combater situações de carência, contribuindo para o bem-estar dos mais desprotegidos que, neste caso, são os idosos.
Randeson Lima
Durante os 88 anos em que a instituição está a funcionar, o seu principal dever sempre foi prestar um serviço único a todos os idosos que lá vivem. Isto porque ali se desenvolve um importante trabalho social dentro da instalação. Neste aniversário foram comemorados não só os contributos realizados de forma exímia, mas também todas as formas de contribuição que a Casa dos Pobres recebeu e que a fez crescer como órgão de grande peso social.
Deste modo, foi possível sentir o enorme grau de satisfação que a instituição gera perante todos os seus parceiros, colaboradores, utentes e todos aqueles que de alguma forma contribuem para o seu crescimento. Durante a comemoração do seu aniversário, inúmeros tributos foram prestados a quem teve um importante papel durante esta longa caminhada.
“Agradecer e homenagear os amigos da Casa dos Pobres. Amigos de sempre, preocupados, querendo saber se está tudo bem. Amigos que nos últimos períodos mais negros da pandemia nos telefonavam amiúde para saber do que mais precisávamos. Todas as homenagens e agradecimentos serão certamente escassos perante a sua imensa generosidade”, disse a presidente da instituição, Maria Luísa Carvalho, que reforçou o sentido de parceria e amizade que esteve presente em toda a sessão de comemoração.
LEMBRAR O PASSADO E HONRAR O FUTURO
Para além de todos os agradecimentos aos parceiros, a instituição ainda destacou aqueles colaboradores que contribuem com a sua ajuda há mais de 25 anos. Como gesto de reconhecimento do seu trabalho árduo ao longo do tempo, os trabalhadores foram presenteados com uma placa que demonstra o agradecimento por todos esses anos de muito esforço, sendo recebidos também por palavras de carinho da presidente: “agradecer àqueles que todos os dias dão o melhor de si no seu trabalho, no cuidado, carinho e paciência para o tratamento dos nossos idosos”.
O sentimento de dever cumprido e a satisfação em saber que todo o esforço tem sido feito em prol de algo maior estiveram estampados nos rostos das pessoas que por ali estiveram naquele dia. Os anos passam e cada vez mais a organização sente que deve implementar melhorias que serão consequentemente projetadas para um futuro. “Se lembrar o passado é honrar o futuro, é nele que temos que nos focar. A tarefa que nos propusemos é desafiante, esta direção pretendeu ouvir os protestos da comunidade pela falta de respostas sociais suficientes para acolhimento de idosos mais desfavorecidos”, acrescentou a dirigente. É neste sentido que a Casa dos Pobres se propõe impor aperfeiçoamentos, um deles é nas suas instalações, que hoje tem capacidade para acolher 55 utentes, mas que em breve comportará mais 52, dando assim continuidade na assistência prestada aos que mais necessitam.
Ainda com a certeza de que o passado é um forte elemento para conquistar projetos futuros, na segunda parte da sessão foi apresentado um livro escrito por Rodrigues da Costa, que fala de forma mais detalhada sobre a história que ilustra os 88 anos da Casa dos Pobres e a sua grande importância na cidade de Coimbra. Tendo como a última realização do dia o típico “almoço dos românticos”, realizado frequentemente na instituição para acolher os convidados e arrecadar fundos que irão ajudar a organização a manter-se, já que é uma instituição particular de solidariedade social sem fins lucrativos. O almoço contou com a presença de 182 pessoas que apoiam a iniciativa da Casa e levam no seu peito um sentimento gratificante.
SOLIDARIEDADE COMO CAUSA PRINCIPAL
Como uma pessoa que esteve presente durante as sessões e no almoço, foi-me particularmente evidente a emoção que rodeava todo aquele espaço. O afeto tomou conta de cada uma das pessoas que se dirigiram à frente do salão para proferir o discurso e mesmo sendo a primeira vez em que estive no local, não me foi difícil perceber o comprometimento dos envolvidos nesta causa. É nítido sentir que o único elemento comum a todos é o amor. É nesta comoção que todos que estão propostos a contribuir com a instituição se firmam. Esse sentimento reflete-se na solidariedade dos parceiros que acreditam que toda ajuda prestada não é suficiente, afirmando que ganham muito mais com o ato de contribuir para a evolução da instituição do que de forma contrária. Durante a sessão de agradecimentos, o presidente da Assembleia Geral da Casa dos Pobres, Aurélio Lopes, reforçou ainda mais esta ideia de que a organização se cimentou no afeto e assim perdurará por muitos mais anos.
O trabalho realizado ao longo dos 88 anos da instituição é de grande importância social para Coimbra, um projeto afetivo que tem como objetivo desde o seu princípio ajudar os menos favorecidos. É por esse enorme caminho que a Casa dos Pobres percorreu, enfrentando as várias adversidades surgidas na sua frente, que conseguiu fazer-se notável e hoje escreve uma história cheia de conquistas e realizações significativas. Caminhando para sua expansão, a instituição conseguirá fazer muito mais pelos seus e continuará a ajudar uma maior quantidade de pessoas, transformando a vida daqueles que têm a oportunidade de serem acolhidos e poderem finalmente sentirem-se em casa.
A Casa dos Pobres é marcada pelo seu passado que não pode ser apagado e que muito reflete no seu futuro. O caminho que percorre hoje é uma consequência das lutas anteriores, que deixaram marcas possíveis de a distinguir de qualquer outra instituição e a afirmá-la como mais uma conquista da cidade de Coimbra. Será num futuro próximo que a Casa dos Pobres escreverá uma nova história, devido à sua ampliação, e marcará a vida de mais pessoas, seja dos utentes, dos seus parceiros ou daqueles que de alguma forma estão envolvidos para ver crescer a instituição.
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