Está o preto no branco. Ainda que o dinheiro ainda não tenha sido recebido, os respetivos contratos já foram assinados e a Casa dos Pobres de Coimbra pode dormir mais descansada por mais uns tempos. A boa nova irá ser apresentada hoje (31), no decorrer da Assembleia Geral marcada para o fim da manhã.

Sabe-se, sempre se soube, que a Casa dos Pobres é uma instituição muito querida em Coimbra, dada a sua matriz específica entre as demais instituições de solidariedade social existentes no país. Sendo da mesma natureza jurídico-social, IPS portanto, tem no seu ADN, na sua natureza, um compromisso ético de se destinar em primeira linha a pessoas especialmente carenciadas. Claro que tem de ter as suas receitas para sobreviver, mas não é da sua matriz recusar alguém porque seja pobre, desde que tenha, obviamente, condições para receber.

Expansão da Casa dos Pobres ganha impulso financeiro

Não se estranha, pois, que viver com dificuldades seja a normalidade da sua já longa existência, a viver sempre, além do apoio dos sócios e da ajuda da Segurança Social, de iniciativas várias que promove regularmente (o almoço dos “Românticos” será a mais visível dessas iniciativas) e também outras realizações de convívio que empresas e instituições diversas ali vão realizando, e também do apoio que algumas outras empresas de Coimbra e da região lhe prestam, seja através de bens alimentícios ou outros que tanto jeito dão.

Apesar disso, o equilíbrio entre o que precisa e o que consegue raramente bate certo. Por ser assim, é que a Direção decidiu, aqui há menos de meia dúzia de anos, ampliar as instalações de forma a poder albergar mais cerca de meia centena de utentes que, disfrutando de melhores condições de acomodação, possam pagar mais, um pouco acima das despesas que geram. Esse excedente, pensou-se então, poderá ajudar a suportar aquele défice atrás referido, consequente ao custo não coberto que os demais utentes geram relativamente às respetivas receitas. As novas instalações estão a decorrer e já chegaram ao telhado. Estão a andar bem e os dinheiros a receber do PRR vão retomar os ânimos. Dinheiros um pouco abaixo dos dois milhões e meio que irão ajudar a pagar as novas instalações, acomodar algumas benfeitorias e reparações nas instalações antigas e, se possível, adquirir uma nova viatura. Para já não está mal. Merecem este resultado a Direção da Casa dos Pobres, pelo trabalho e ousadia, muito bem secundada pela Segurança Social, cujos responsáveis regionais, que bem conhecem o mérito e necessidade da obra, muito ajudaram.