A Casa Dignidade assegura, desde o início do mês, acolhimento noturno às pessoas que se encontram em situação de sem abrigo em Coimbra. A funcionar desde abril de 2017, junto ao Parque Verde, este equipamento social, que integra o Projeto Sem Abrigo Zero da Fundação ADFP (Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional), garantia já refeições quentes e serviços de higiene a esta franja da população.
De acordo com a Fundação ADFP, este projeto deu agora “mais um passo”, ao permitir o acolhimento noturno, num trabalho desenvolvido em colaboração direta com a Câmara Municipal de Coimbra e o Centro Distrital da Segurança Social, envolvendo todos os parceiros do Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem Abrigo (NPISA).
A Casa Dignidade continua a servir refeições quentes, “debaixo de teto”, nesta fase de confinamento devido à pandemia Covid-19, tendo o horário do jantar sido alargado, criando turnos, de forma a permitir o distanciamento social na sala e nas mesas. De acordo com a Fundação ADFP, diariamente são servidas no refeitório 55 refeições, havendo 12 pessoas em situação de pobreza que levam as refeições para casa.
Para além deste apoio à população sem abrigo, a Casa Dignidade é sede do Programa Incorpora, da Fundação La Caixa, que conta com dois técnicos, psicóloga e prospetor de emprego, que durante o ano de 2019 integraram 27 pessoas em situação de pobreza e vulnerabilidade social.
Também no ano passado, em outubro, a Fundação ADFP candidatou-se a um Centro de Acolhimento de Emergência Social (CAES), no âmbito do PRO COOP, o “Encontro Casa”. De acordo com a ADFP, caso seja aprovado, “contribuirá para reforçar a parceria com a Câmara Municipal e a Segurança Social no combate à pobreza extrema, dando resposta a pessoas em situação de sem abrigo”.
A Fundação ADFP recorda que “iniciou esta atividade de apoio a pessoas sem-abrigo sem qualquer apoio estatal pelo que sente como muito importante poder trabalhar em parceria com o Município e serviços da Segurança Social”, considerando que “a solução de resposta integrada ao dramático problema das pessoas em situação de sem abrigo exige que outros serviços estatais, nomeadamente o Instituto de Emprego e Formação Profissional e a Administração Regional de Saúde, se associem para uma maior eficiência e racionalidade de atuação”, defendendo que as pessoas em situação de sem abrigo ou em pobreza extrema “devem ter acesso a cuidados de saúde adequados e a oportunidades de ter trabalho digno e remunerado”.