O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), Carlos Cortes, teceu duras críticas à ausência de planeamento de recursos humanos na saúde. Ao intervir, recentemente, numa das sessões da conferência “A Agenda da Saúde para o Cidadão”, durante a segunda edição da Convenção Nacional da Saúde, o também presidente do Conselho Nacional da Pós-Graduação referiu que a responsabilidade do planeamento dos recursos humanos em saúde é da tutela e que “gerir os recursos humanos ao sabor do vento é errado e demonstra um desinvestimento na formação médica”, com assinaláveis prejuízos para a saúde dos portugueses.
Nesta conferência, Carlos Cortes defendeu, assim, a necessidade de um projeto de formação (clínico, assistencial e de investigação), no âmbito de um processo de planeamento a longo prazo. No seu entender, esta necessidade urgente de gestão e de planeamento “permitirá não só esbater as iniquidades do sistema como, também, colmatar as assimetrias do Serviço Nacional de Saúde que, ao contrário do que é propalado, não divide apenas o território entre o interior e o litoral”, citando, por exemplo, o caso da falta gritante de médicos de família na zona da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.
Recorde-se que esta foi uma das conferências do maior debate nacional permanente sobre o presente e o futuro da saúde em Portugal, evento que contou com o Alto patrocínio da Presidência da República.
Esta sessão – “Por um acesso igual à Saúde em todo o território” – juntou, a 18 de junho, no Centro de Congressos de Lisboa, a Ordem dos Médicos, a Associação Nacional de Estudantes de Medicina, bem como várias associações de doentes e administrações hospitalares.