O Município de Cantanhede assinou, na semana passada, os acordos para a utilização dos talhões das Hortas Comunitárias, documentos que asseguram o acesso a um espaço de cultivo, inserido numa área verde, que aposta numa produção biológica e numa alimentação saudável.
Lançado em 2013, este projeto resulta de uma parceria entre o Município de Cantanhede, a Santa Casa da Misericórdia de Cantanhede e a INOVA-EM, no âmbito da qual os munícipes podem dispor de uma parcela de terreno na cidade para cultivarem os seus próprios produtos agrícolas.
Com cerca de 3.000 metros quadrados, a horta situa-se junto à Santa Casa da Misericórdia e, como explica a autarquia, “tem-se apresentado como uma alternativa a várias famílias, proporcionando-lhes uma excelente opção alimentar, mais económica e bastante mais saudável”.
Os novos acordos agora assinados preveem, assim, o cultivo de um espaço de horticultura, cuja manutenção é participada, fomentando o “espírito comunitário e a apropriação qualificada do espaço público, onde diferentes gerações convivam e troquem experiências”.
De acordo com o Município, os acordos assinados têm a validade de um ano e visam ainda “promover uma alimentação saudável com produtos biológicos (ou produtos vegetais provenientes de agricultura tradicional), valorizando desta forma também o espírito comunitário na utilização do espaço público”.
A autarquia recorda, ainda, que o Programa Comunitárias contempla também “uma forte componente educativa, apresentando em espaço próprio ações de formação sobre técnicas de agricultura biológica, manutenção de espaço público, trabalho comunitário, compostagem e promoção ambiental”.
O projeto inclui, assim, conceitos como horta biológica, área de produção agrícola sem a utilização de qualquer produto químico de síntese, e horta pedagógica, espaço com infraestruturas de apoio para a formação dos utilizadores, onde se realizam as ações de formação, educação e sensibilização, incluindo o cultivo de produtos hortícolas, árvores de fruto, plantas medicinais e aromáticas.
No regulamento, os beneficiários das hortas comunitárias têm reconhecidos vários direitos, designadamente a utilização de um talhão para a prática de agricultura biológica, o uso comum de recursos, espaços e materiais, para a prática da atividade agrícola (compostor, sistemas de água, estacas, área de armazenamento, áreas de estar e lazer, entre outras). Podem também esclarecer todas as dúvidas que surgem no decorrer da sua atividade e contam com acompanhamento dos trabalhos, a cargo do Gabinete Municipal de Apoio ao Agricultor, no sentido de poderem perceber os fundamentos, os princípios e as técnicas de agricultura biológica aí praticados.
Como deveres, são obrigados a utilizarem e zelarem pelas boas condições de salubridade e segurança do talhão de sua responsabilidade, a frequentar todas as ações de formação obrigatórias, a manterem em boas condições quaisquer equipamentos de uso comum e a usarem os espaços comuns de forma ordeira, respeitando as regras de “uma sã convivência social”, entre outros aspetos.