O Café Santa Cruz, situado na Praça 8 de Maio, na Baixa de Coimbra, comemorou, anteontem, 8 de maio, 96 anos. Neste dia festivo, o emblemático café lançou o vinho “Santa Cruz”, um vinho Bairrada que foi apresentado pela enóloga Sónia Martins e pelo presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada, Pedro Soares.
Para Vítor Marques, gerente do histórico café, a opção por um vinho da região da Bairrada significa “uma aposta nos produtos da região”, tratando-se de “um vinho de grande qualidade” que passa a estar sempre disponível no estabelecimento, tanto ao copo como à garrafa.
O lançamento deste vinho é o ponto alto das celebrações destes 96 anos e representa também uma aposta na inovação, à semelhança de outras iniciativas que o Café tem feito nos últimos anos, sendo de destacar o lançamento do premiado “Crúzio”, em 2012, e do vinho tinto do Dão, também com a marca “Santa Cruz”, em 2013, por ocasião das celebrações dos 90 anos.
“Este ano decidimos valorizar o que é regional e louvar todo o esforço que a Comissão Vitivinícola da Bairrada tem feito para dinamizar toda a região. Portanto, este é o nosso singelo contributo para a valorização de uma região vitivinícola que, aos poucos, tem vindo a ganhar peso no mundo dos vinhos”, realça Vítor Marques.
Neste momento festivo, o gerente do Santa Cruz relembra também “os fundadores e refundadores do Café”, considerando que foram tão importantes aqueles que lhe deram vida, na década de 20 do século passado, como os que, cerca de 50 anos depois, nos anos 70, “após um período conturbado do início da década, o conseguiram recuperar, tornando-o naquilo que temos hoje”. Vítor Marques entende que importa “recordar o esforço e dedicação” de todas estas pessoas, assim como defende que é preciso continuar a “homenagear também todos os clientes, fornecedores e funcionários que passaram pelo Santa Cruz e relembrar todo o contributo que lhe deram ao longo de todos estes anos”. Realça que “96 anos de atividade comercial ininterrupta não se deve apenas à presente gerência mas ao contributo de todos os que por aqui passaram” e, como tal, é preciso “honrar a memória de cada um deles”.
Apesar deste ser um momento de festa, a gerência do Café não esconde também algum desapontamento por o seu doce típico, o “Crúzio” não estar entre os sete doces do distrito de Coimbra que são candidatos ao título de “7 Maravilhas de Portugal”. “Nem tudo corre de acordo com o que desejamos. Pese embora ainda recentemente o ‘Crúzio” tenha recebido a Medalha de Ouro no 7.º Concurso Nacional de Doçaria Rica Tradicional Portuguesa, na categoria ‘Pastéis com Amêndoa’, e de o Café ter conquistado o Prémio Cinco Estrelas Regiões (2019), na categoria ‘Cafés Históricos’ no distrito de Coimbra, o ‘Crúzio’ não passou de nomeado e, portanto, um dos nossos esforços e desafios para o futuro passa por conseguirmos colocar o nosso doce no patamar da doçaria do distrito e da cidade de Coimbra”, realça.