Estava no mítico ambiente da câmara escura, que sempre me atraiu, quando ouvi o trovejar ainda distante.
É agora, pensei!
Meti o revelador no frasco, preparei a máquina com filme e parti apressado até ao Choupalinho, na margem esquerda do rio, logo ali, um pouco acima da ponte de Santa Clara. Nem me lembrei de levar o guarda-chuva.
Expectante, aguardei até que as nuvens negras chegassem ao meu enquadramento, o mesmo já fotografado milhares de vezes por outros.
Quando os primeiros pingos caíram, antes da chuva copiosa que é como nevoeiro, disparei.
Foi assim que consegui o meu teste à colina, com tempestade.
O resultado é convincente, pois nunca vi foto parecida à que consegui.
Com chuva ou sol a paisagem continua bela.
No final, encharcado, fui a casa mudar o que vestia e calçava, mas satisfeito porque a beleza daquele enquadramento, com tempestade ou sol, é eterna.
Por isso lhe dei o título “Sempre bela”.