Os 75 anos d’ “O Despertar”, comemorados a 2 de março de 1992, foram vividos num ambiente de grande festa, que envolveu toda a cidade. O programa das Bodas de Diamante foi apresentado na Fábrica de Cerveja de Coimbra, pelo Diretor Artur de Almeida e Sousa, Fausto Correia e José Soares, e incluía iniciativas para os 12 meses, prolongando-se até março de 1993.
As comemorações abriram mesmo no dia de aniversário com um bodo aos pobres e com a inauguração de uma exposição coletiva, no Edifício Chiado. Dias depois, foi lançada a medalha comemorativa das Bodas de Diamante d’ “O Despertar” e abriu a exposição retrospetiva da vida do jornal, na Biblioteca Municipal. No mesmo dia, realizou-se também a sessão solene no Instituto da Juventude e um jantar comemorativo, que juntou no Restaurante das Piscinas mais de uma centena e meia de pessoas. Este foi um momento de confraternização e emoção. O Quinteto Académico, “apresentado” por Carlos Portugal e reforçado com a voz de Carlos da Encarnação, entoou “A trova do vento que passa”, perante a atenção dos seus autores, Manuel Alegre e António Portugal, e de todos os restantes convidados, onde se destacavam, por exemplo, os secretários de Estado Carlos Encarnação e Carlos Loureiro; o Governador Civil Pedroso de Lima; os deputados Manuel Alegre, Carlos Figueiredo, Manuel Queiró, António Campos e José Penedos; e os presidentes e membros da Câmara e Assembleia Municipal de Coimbra.
A medalha comemorativa foi um dos grandes marcos destes 75 anos. À venda por 1250 escudos, muitas foram as pessoas que quiseram ficar com este símbolo da longevidade e do trabalho d’ “O Despertar”.
Outro dos momentos de grande simbolismo foi a abertura das novas instalações, também na Rua Pedro Rocha, destinadas à Redação e aos Serviços Administrativos. Essa sala acabaria por se transformar também numa espécie de galeria, já que estavam aí reunidos algumas dezenas de quadros de conceituados artistas da cidade e da região que presentearam, ao longo da vida, “O Despertar” com as suas obras.
Estas celebrações contaram com o apoio e envolvimento de várias entidades da cidade de Coimbra, que se quiseram associar à efeméride. Este aniversário ficou ainda assinalado com a atribuição da Medalha da Região de Turismo do Centro e da Medalha da Sociedade Central de Cervejas ao jornal, num reconhecimento pela sua história.
A par com os eventos que decorreram na cidade, as Bodas de Diamante ficaram também marcadas pela publicação de uma edição especial, com quatro cadernos, onde várias figuras da cidade foram convidadas a pronunciar-se sobre “O Despertar” e sobre a Imprensa Regional
Manuel Machado, Horácio Antunes, José Lopes, Albano Pais de Sousa, Fernando Maia Vale e Aguiar de Melo, presidentes respetivamente das câmaras de Coimbra, Lousã, Miranda do Corvo, Cantanhede, Arganil e Figueira da Foz, deixaram os seus testemunhos. A este grupo, juntaram-se ainda Rui Alarcão, Reitor da Universidade de Coimbra; Luís Pedroso Lima, Governador Civil do Distrito de Coimbra; o major Teixeira Rodrigues, comandante da GNR de Coimbra; e o major Dário Alberto Sobral, segundo comandante da PSP de Coimbra.
As comemorações estenderam-se durante um ano, com várias celebrações. De destacar, pelo seu simbolismo, para além dos eventos já enunciados, a romagem ao cemitério dos Olivais, onde foram homenageados António de Sousa e Armando Almeida e Sousa.