Estou mais velho, impaciente,
Indolente,
Agora doente.
Os anos são já oitenta.
Abriram-me o coração,
Sem compaixão,
Determinados,
Naquela noite de facadas,
Bem fundas e determinadas.
Ficou a cicatriz, bem marcada no peito;
Depois veio a amargura no leito.
Noites sem dormir,
Corpo a carpir,
A minha solidão sem sorrir.
Sonho sem sonhar;
A dor a dormitar,
Requiem de Mozart ensaiar.
Orquestra sem instrumentos,
Que toca sem tocar,
Em todos os momentos.
Rejeito a (auto) condenação),
Os caminhos da frustração.
Buscarei a força que não tenho.
Fazê-la voltar,
Com ela devanear,
P`ra trilhar novos caminhos;
Acarretando,
Dançando,
E meditando,
Nas memórias inscritas,
Na já longa jornada da vida.