Octaviano Sá e Amâncio Frias escreveram muitos anos para o “Primeiro de Janeiro” e “O Despertar”, amigos, autores de singulares crónicas, o primeiro essencialmente assuntos sobre a nossa Academia, a sua história, a literatura inerente à Universidade; e o segundo perspicaz, teve uma decisiva ação na descoberta de Coimbra numa prosa neoclássica, não tradicional mas com o verbo modernista. A cidade teve nestes artistas uma constante divulgação do pensamento e do conhecimento.
Tive a sorte de conviver com estas nobres figuras e delas usufruir ensinamentos que me ajudaram neste campo sempre espinhoso.
Enquanto Octaviano Sá se tornou num dos maiores “historiadores” da vida académica, Amâncio Frias não esquecendo os valores tradicionais de Coimbra situou-se no sentido ideológico em apontar com rara mestria um mundo urbano que ultrapassava o regional em “apontamentos” onde predominava todos os comportamentos humanos numa rara teoria do juízo civilizacional que, no fundo, era o juízo estético e humanista dum grande jornalista sempre de braços abertos para a defesa do conceito e da finalidade onde a pedagogia em favor do Bem da Justiça, numa leal luta por Coimbra que lhe trouxe alguns amargos de boca dos invejosos…
Existia nestas duas figuras de Coimbra a noção de bens sociais que se articulavam mutuamente em prosa desigual mas brilhante, num projeto de combate à monotonia de uma cidade adormecida no passado glorioso!