A Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC) traça um balanço “extremamente positivo” das atividades dinamizadas na quadra natalícia. Apesar dos reflexos a nível da faturação continuarem aquém das expectativas dos comerciantes, Vítor Marques, presidente da Agência, enaltece o movimento registado na Baixa neste período festivo e a “forte adesão” a todas as atividades dinamizadas.
“Concentrámos as iniciativas aos fins de semana com o objetivo de atrair as pessoas numa altura em que tinham mais disponibilidade para virem fazer as suas compras. Estiveram muitas pessoas em todas as atividades, portanto foram extremamente positivas não só as novas atividades mas também as parcerias que quisemos levar avante neste Natal de 2018”, realça.
No setor das vendas, os comerciantes continuam a lamentar-se. “As vendas não foram tão boas como desejável”, assume Vítor Marques, explicando que essa quebra se verifica no próprio sorteio de Natal, que este ano registou apenas cerca de 2.500 talões de participação, menos 1.000 do que no ano anterior.
Aderiram à Tômbola de Natal 62 estabelecimentos comerciais (menos três do que em 2017 e mais 22 do que em 2016). Cada uma destas lojas entregou cupões de participação a todos os clientes que, neste período festivo, efetuaram compras no valor de 10 ou mais euros. Foram também elas que ofereceram os produtos que recheiam os quatro cabazes de Natal que foram sorteados na segunda feira, na Loja Chronospaper, na Rua Adelino Veiga. Marcos Tenente, António Fernando Carvalho, Maria Alexandrina Girão e Teresa Duarte são os felizes contemplados, tendo sido ainda sorteados dois suplentes, respetivamente Ana Bernardo e Vítor Borges.
Durante esta sessão, que contou com a presença de quatro comerciantes desta rua, Vítor Marques recordou que o programa natalício, que decorreu de 24 de novembro a 6 de janeiro, foi planeado com o objetivo de “atrair o maior número de pessoas à Baixa, combater a sazonalidade e convidar as pessoas a visitarem as lojas e a conhecerem os seus proprietários”. Entende que “é importante manter estas atividades e a animação de rua” e manifestou algumas preocupações com o futuro da Baixa. Para além do encerramento das lojas – onde destaca o fecho de 14 estabelecimentos na Rua Adelino Veiga, 11 na Rua Visconde da Luz e 12 na Rua Eduardo Coelho –, alerta para as consequências que advieram do encerramento do terminal da Linha da Lousã a nível da movimentação de pessoas e teme que o possível fecho da Estação Coimbra A possa trazer também consequências negativas para a atividade comercial na Baixa.
Por outro lado, lamenta a saída das agências bancárias da Baixa, a quem desafia a “abrirem novos balcões, nem que sejam mais pequenos, ou a instalarem caixas multibanco em diferentes espaços do centro histórico”. Lança também o desafio a empresários para que apostem na Baixa, lembrando que há várias lojas desocupadas prontas a receber os seus negócios.
Maria do Céu Ferreira, proprietária da Chronospaper, sugeriu que fosse agendada brevemente uma nova reunião de comerciantes para “planear o ano”, defendendo, já a pensar no próximo Natal, uma “programação mais coordenada com a Câmara Municipal de Coimbra, de forma a trazer mais gente mas também a desafiar as pessoas a virem mais cedo, para fazerem as suas compras e não apenas pela animação”. Desafiou todas as entidades a pensarem a Baixa “no seu conjunto” e a “repensarem os horários de funcionamento”, sempre com o objetivo de atrair mais pessoas ao “coração” da cidade.