Avançam as vindimas pela região, o vinho promete mais qualidade do que quantidade. O grau bate recordes: há quem esteja a vindimar com 16/17º, pelo que é preciso ter cuidado com o degrau que se sobe ou desce depois de 2/3 copos. Os milheirais e arrozais estão crescidos e a prometerem fartas colheitas pelos Campos do Mondego – será desta que o tão afamado celeiro da região é auto-suficiente… para a região?
Setembro trouxe-nos as primeiras chuvas de outono, depois de um longo estio. Vieram de Espanha, anunciando que de vez em quando pode vir um bom vento ou um bom casamento. Um alívio para os campos, seja de culturas de sequeiro ou regadio, para as cidades empoeiradas – onde muitas ruas não conhecem há semanas (meses?) o significado prático de limpeza pública. Água que se espera comece a encher as deficitárias barragens, não apenas por ação da evaporação diagnosticada pelo dramatismo de Catarina Martins…
Antes deste tempo fresco tivemos os maiores incêndios do ano, favorecidos pelas condições atmosféricas, com calor e vento forte. Nós e os brasileiros, pois a incúria e maldade humana não conhecem fronteiras. E uma vez mais, a certeza que consta de tantos artigos científicos: não será nunca pelo reforço de meios que o problema do incendiarismo terá solução em Portugal, mas sim pela prevenção – coisa que começámos a fazer desde a catástrofe florestal de 2017 mas muito, muito lentamente, ao sabor dos interesses lobistas, negócios ruinosos e expansão incontrolada do eucaliptal.
Segue o mês animado politicamente, com as legislativas no horizonte. Na Madeira confirmou-se o avanço da esquerda sobre a direita, tendência que no todo continental, a fazer fé nas sondagens, será esmagadora. Tenho para mim que o PS terá maioria tranquila, não obstante a capacidade de resistência de Rio face a Costa nos debates públicos. Mas até poderá ter a maioria absoluta se certos fantasmas de Passos pesarem mais do que o crescimento da dívida pública.
A justiça portuguesa, depois da Operação Marquês nunca mais se recompôs. Vai dando mostras da sua fragilidade, manietada aqui, controlada acolá. No caso dos e-mails parece que a culpa é só das toupeiras e não de quem enviou e pagou aos bichos. E, como alguém tem de pagar a fatura, reza o acórdão que iliba a SAD do SLB que a culpa da má investigação é da PJ – responsabilizando uma das instituições que melhor funciona em Portugal.
E a coisa na justiça esteve tão preta, que quase conseguimos a proeza de colocar um juiz suspeito de corrupção a julgar os maiores casos de corrupção – valendo o bom senso de Rangel que deve ter despertado da longa letargia que o afetava, verificado que ainda era juiz, pelo que devia proceder como tal em nome da justiça.
Por Coimbra, com a polémica do novo aeroporto internacional transformada em rábula gasta, decidiu a Universidade de Coimbra aliar-se aos propósitos do PAN, proibindo a carne de vaca nas cantinas. Foi o bom e o bonito, não só para os amantes da tauromaquia, mas sobretudo para certos vaqueiros que agora se veem forçados a arranjar alternativas, como carnes de ave ou de suínos. Quanto aos estudantes da academia, sobretudo masculinos e muito machos, reina a desilusão e para eles deixo uma palavra de incentivo: recorram às redes sociais para vosso deleite – pesquisem e digitem “vacas” + “Mirandesa, Arouquesa, Mertolenga ou Minhota” – enquanto não se habituam à nova realidade – é que mais dia menos dia o vegetarianismo vos espera!
Nota final: a Briosa ameaça fazer da anunciada subida à 1.ª Liga, uma triste descida ao inferno – para mal da cidade e região. Haverá tempo, homens e capital para inverter o rumo?