Dezembro é o mês, por excelência, da quadra natalícia. Tempo de paz, da família, das crianças, da exaltação de valores e princípios que muitos tendem a esquecer no restante ano. É, por isso, uma época especial para aqueles que sofrem por esse mundo fora e tantas vezes mais perto de nós do que podemos imaginar.
Tempo também de excessos, de consumismos e de hipocrisias, não obstante as sucessivas mensagens de esperança, com que a religião e a política nos tentam seduzir a cada ano que passa – mas que não têm obviado ao crescimento de sociedades injustas e desigualitárias.
Um mês difícil para os órgãos de comunicação social: dia 01 a estação de televisão SIC confundiria a efeméride da Restauração com a da Implantação da República – misturando assim alhos com bugalhos e revelando o deficit de conhecimento histórico dos profissionais envolvidos. Mais recentemente, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (EFC) ouviu a consagrada jornalista Sandra Felgueiras e a direção de informação da RTP; relativamente, à investigação do adiamento do programa Sexta às 9, em pleno ato eleitoral, tendo o caso evoluído para a demissão de Maria Flor Pedroso como diretores de informação.
Dias também complicados para os meandros da justiça. O juiz desembargador Rui Rangel, durante muito tempo exemplo aparente de idoneidade, seria demitido, dia 03, pelo Conselho Superior de Magistratura no âmbito de processo disciplinar aberto por causa da operação Lex (pena mais grave), enquanto a juíza Fátima Galante, sua esposa, seria condenada com a segunda pena mais grave – aposentação compulsiva.
Na política nacional segue animada a disputa interna pela liderança do PSD, enquanto o PCP avançou com projeto de regionalização. No primeiro caso vamos ver se o Rio tem força para chegar ao mar, enquanto que, no segundo, haja coragem e vontade para regionalizar para o país e não para a gaveta – como tem sido hábito a cada novo ciclo de discussão que se abre sobre o assunto.
Em termos desportivos o treinador made in Portugal continua a dar cartas além fronteiras. Jorge Jesus provou, em dezembro, que apesar dos defeitos que lhe são apontados é, seguramente, um treinador de nível mundial – conduzindo o maior clube brasileiro a sagrar-se campeão nacional e a vencer, pela segunda vez na sua história, a Copa Libertadores da América.
No âmbito da organização desportiva regional, nota de destaque para os sócios do União 1919 que seguiram o exemplo dos congéneres associados academistas, chumbando, por maioria clara, o projeto de passagem a SAD para o futebol sénior. Foram também noticiados salários em atraso a alguns funcionários da AAC lançando-os em situações dramáticas – que nos devem fazer refletir, ainda mais, sobre os rumos a seguir por tão prestigiada instituição desportiva da cidade e região.
Por fim, um Feliz Natal para todos. Com muita chuva, segundo se prevê, mas que tão necessária continua a ser! Muita paciência, juízo na estrada e Tchim-Tchim!