A inauguração de uma escultura de homenagem a António Arnaut marcou, no domingo, no Parque Verde do Mondego, as comemorações dos 40 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Localizada junto à primeira oliveira do SNS (plantada há uma década e onde, desde então, sempre a 15 de setembro, é cumprido um ritual simbólico de rega da árvore), a escultura, rodeada por bancos de madeira e da autoria do artista plástico Mário Nunes, foi entregue à Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), que a ofereceu à cidade.
A escultura homenageia o autor da lei que criou o SNS, serviço nascido há 40 anos para benefício de todos os portugueses. Considerado o “pai” do SNS, António Arnaut, falecido em maio de 2018, sempre se referiu ao SNS como o seu “melhor poema”.
A inauguração decorreu durante a tradicional rega da oliveira do SNS, uma ação promovida pela Liga dos Amigos dos Hospitais da Universidade de Coimbra (LAHUC) e que contou com o envolvimento de várias entidades. A sessão contou com a participação da presidente da LAHUC, Isabel Garcia; do presidente da SRCOM, Carlos Cortes; do presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado; da ministra da Saúde, Marta Temido; do presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Fernando Regateiro; do médico Armando Gonsalves (que presidiu à extinta Liga dos Amigos do Hospital dos Covões); do artista Mário Nunes; e do neto do homenageado, António Miguel Arnaut.
Perante todas as pessoas que se associaram a esta celebração, Isabel Garcia sublinhou que a árvore plantada em 2009 “não é uma oliveira qualquer, é uma oliveira do SNS”, uma árvore simbólica que a LAHUC gostaria de plantar em todos os municípios portugueses e que, até ao momento, está já em pelo menos nove – Fafe, Viseu, Ansião, Pampilhosa da Serra, Lousã, Penela, Cantanhede, Loulé e Vila Nova de Poiares.
Armando Gonsalves apelou à união de “homens e mulheres em defesa do SNS” e o neto do homenageado, António Miguel, sublinhou que o SNS “tem de ser regado várias vezes ao dia”. Pegando nestas palavras, Fernando Regateiro frisou que “regar a oliveira e estarmos aqui presentes tem que ser mais do que um ato simbólico, tem que ser um compromisso” pela defesa do SNS e pelas conquistas que com ele advieram.
O presidente da SRCOM lembrou a humanização do setor da saúde, defendida por Arnaut. Carlos Cortes sublinhou que este, em tempos de inovação tecnológica, “é um dos grandes desafios para o futuro”.
A fechar a sessão, Manuel Machado enalteceu a “coragem” de António Arnaut, Mário Soares e Salgado Zenha em “empreender o desafio” de criação do SNS e, sobre a escultura inaugurada (que se vêm juntar a dois bustos do advogado e político existentes em Coimbra), sublinhou que os visitantes do Parque Verde se podem sentar junto a ela “olhar para a cidade” e dela “usufruir com saúde”.
40 anos do SNS comemorados nos CHUC
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) assinalou os 40 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), data que considera de “superior relevância”, com um programa que envolveu, na terça feira, utentes e profissionais.
As celebrações começaram com a distribuição de postais alusivos à dada por todos os doentes internados. Continuou com a inauguração, no átrio central dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), do espaço cidadão-profissional e do espaço cidadão-utente, que têm como missão “concretizar a visão da centralidade dos utentes e dos profissionais em toda a atividade do CHUC”. No mesmo local foi descerrada ainda uma placa comemorativa do 40.º aniversário do SNS, como forma de “simbolizar a perenidade do SNS”.
As celebrações terminaram à tarde, com as celebrações nacionais dos 40 anos do SNS a decorrerem no auditório principal dos HUC.