Assim inicia o trigésimo oitavo artigo da Constituição da República Portuguesa. Significa isto que, como não poderia deixar de ser aquela liberdade é consagrada como liberdade fundamental do nosso Estado de Direito.
E nada mais adequado para celebrar o aniversário deste jornal do que debruçarmo-nos sobre um dos pilares de qualquer Democracia. Ou não se retirasse daquele mesmíssimo artigo que na Liberdade de Imprensa se incluem a liberdade de expressão e criação jornalística, o direito dos jornalistas à informação e o direito a fundar jornais e quaisquer outras publicações.
Esta é uma das traves-mestras da Democracia que não raras vezes vemos desvalorizada, quiçá por a termos por garantida, ainda que em tempos não muito distantes a censura imperasse entre nós. E se hoje a Censura parece não ser o problema, (imediato), por vivemos numa época onde a informação nos é acessível pelos mais diversos meios e grande parte das respostas às nossas questões surgem à distância de um clique não podemos esquecer a vertiginosa velocidade com que se difundem factos, sejam eles reais, sejam eles inventados, ou tão só truncados.
É, portanto, neste estado de coisas que se revela o quão essencial é o trabalho desenvolvido pela Imprensa verdadeiramente livre e independente: o jornalismo rigoroso, cuidado e que se certifica da valia da Informação que divulga. Ele é a maior defesa contra as consequências adversas da simplicidade, rapidez e ligeireza com que hoje se propagam ideias e factos, e que (em números ocasiões) permite divulgação de informações intencional ou negligentemente, incorretas (as conhecidas fake news).
Dizer, então que a imprensa não tem agora apenas a tradicional função de informar de forma independente, isenta e descomprometida do incómodo que a notícia possa vir a causar. E se da nossa parte nos demitimos de abordar aqui as consequências geradas pelos sistemas onde existe castração da liberdade de imprensa (por tais exemplos serem, infelizmente, conhecidos e atuais), já não nos demitimos de evidenciar que a imprensa nos garante hoje a liberdade de (poder) escolher as nossas fontes, procurando justamente aquelas que nos informam de forma séria e rigorosa.
A Liberdade de Imprensa é, por conseguinte, uma liberdade de todos nós, que devemos ter a consciência da imensurável importância que ela tem para a literacia e capacidade de escola da comunidade. E se o conhecimento é, como sempre foi a grande ferramenta do progresso, a imprensa é um dos meios imprescindíveis para o divulgar e para nos aproximar, a todos como comunidade.
Este artigo é o meu singelo aplauso ao nosso “O Despertar”, por ocasião do seu aniversário.