A empresa Águas da Figueira, em parceria com a Universidade de Coimbra (UC), anunciou, na segunda feira, o lançamento de um projeto pioneiro de remoção de fósforo em efluentes e quer ter um protótipo em funcionamento até final do ano.
João Damasceno, diretor geral da concessionária de águas e saneamento da Figueira da Foz, considera que a busca de tecnologias inovadoras de remoção do fósforo – um mineral que é fundamental ao desenvolvimento da agricultura, mas que também causa eutrofização de recursos hídricos – das lamas e efluentes das estações de tratamentos de águas e resíduos (ETAR) é “uma dupla oportunidade”, por um lado por poder prevenir problemas ambientais e, por outro, por representar um valor económico “crescente” na produção de adubos ricos em fósforo.
“O fósforo é um mineral importante na agricultura, mas é o único nutriente que não existe na atmosfera, existe na rocha fosfática e a Europa não tem reservas dele. E já sabemos, também, que as futuras diretivas comunitárias nos vão obrigar a retirar o fósforo dos efluentes, porque ele na água cria eutrofização [crescimento excessivo de plantas aquáticas que afeta a utilização]”, explicou em declarações à Lusa.
Depois de ter apoiado um projeto laboratorial com alunos do Colégio São Teotónio, em Coimbra, que visou o desenvolvimento de um processo de separação do fósforo em efluentes através da utilização de bactérias à temperatura ambiente, a Águas da Figueira avança agora para uma segunda fase, desafiando a Universidade de Coimbra a desenvolver um protótipo funcional que será instalado até final de 2019 na ETAR da zona urbana da Figueira da Foz.