20 de Maio de 2025 | Coimbra
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CLARA CORREIA

Aceitam uma boleia?

23 de Novembro 2018

Queridos leitores, aceitam uma boleia? Façam o favor de se sentar confortavelmente porque a viagem vai começar…

Tenho muitos anos de condutora e muitos milhares de quilómetros (per)corridos, a maioria dos quais sozinha. Ou melhor, a maioria dos quais tendo apenas (?) a rádio como companheira de viagem. Ai, ai, ai,… se os meus carros falassem!!!

Começo este texto recordando, com um sorriso no coração, o carro de que mais gostei. É um carro que nunca tive o prazer de conduzir mas onde andei muito quando era criança, o carro do Avô do Luso. O Avô Messias gostava muito do seu Ford Capri Coupé, que conduzia com alguma vaidade. Era um carro castanho, com o tejadilho em tom mais escuro. Aquele carro era único, porque era o carro do meu muito querido avô e porque não havia nenhum igual em todo o concelho. Toda a gente sabia quem era o dono daquele lindo carro desportivo…

Conheci muitos carros do Pai Augusto e aquele que recordo com mais “carinho” é o Citroen Ami 6. Era um carro muito giro, parecido com a Dyane mas muito menos popular. Nós éramos muito pequeninas quando o Pai Augusto tinha este carro e fizemos nele viagens muito giras. Recordo, com um sorriso de saudade, uma viagem que fizemos, na nossa querida “carrinha” Ami 6, à Serra da Estrela. E que dia inesquecível ali passámos…

O Tio Quim teve vários carros de que muito gostei e o que mais recordo é o Citroen GS, por causa da grande aventura que viveu. Foi roubado na Mealhada, ali bem pertinho da Farmácia dos tios. O Tio Quim ficou “em choque” quando encontrou vazio o lugar do seu carro novinho. Recordo a sua tristeza quando ficou sem o carro e a sua enorme alegria quando o recuperou…

Peugeot 106 XR: o primeiro emprego “trouxe” o primeiro carro. Precisava muito dele porque trabalhava em S. João da Madeira e vivia em Ovar. Tinha duas portas, cinco lugares e foi meu durante muito pouco tempo porque era alimentado a gasolina e as frequentes viagens ficavam (demasiado) caras. Tinha um Peugeot mas sentia na carteira que alimentava um Porsche…

Peugeot 106 XA: este carro foi comprado quando vivia em Viseu e até ao momento foi o carro com que fiz mais quilómetros. O Peugeot vermelhinho e eu passeamos muito até ao final de 2007. Nos anos em que vivi em Barcelona este carro passou muito tempo “de férias” em Portugal. No entanto, fiz com ele viagens muito giras, que nunca esquecerei, entre Coimbra e Barcelona. “Faleceu” de velhinho, com 350.000 quilómetros, a meio de uma viagem entre o Porto e Coimbra, quando a caixa de velocidades se partiu. Este meu “Ferrari” deixou-me muitas saudades…

Peugeot 207 XA: no início de 2008, para celebrar o meu aniversário, comprei mais um carro a diesel com dois lugares. Pouco tempo depois, a empresa onde trabalhava, disponibilizou-me um carro para uso total e por isso o carro-bebé passou a estar em Lisboa onde apenas passeava, por obrigação, ao fim-de-semana. (Desde setembro de 2011, este tem sido o carro protagonista na minha vida).

Carrinha Opel Astra 1900 cc Sport: este foi o primeiro carro de empresa que me foi atribuído. Era uma carrinha genial e com ela fiz uns bons milhares de saborosos quilómetros. Infelizmente conduzi esta carrinha muito menos tempo do que gostaria porque cheguei demasiado rápido ao número de quilómetros contratados. Com este carro viajei muito para Braga, Porto, Aveiro e Leiria. Foi delicioso…

Carrinha Opel Astra 1400 cc: esta carrinha era muito diferente da anterior porque se “arrastava”, com demasiada dificuldade, na autoestrada. Todas as desculpas eram boas para não tirar esta carrinha da garagem, e por sua culpa conheci oficinas em todo o país onde passei horas de esperas dedicadas à leitura. Foi um alívio quando me vi livre desta carrinha porque estava farta de fazer turismo na A1. Sem grande surpresa acabaria por ser o único carro devolvido por ter chegado ao fim do contrato e não por ter atingido o limite de quilómetros…

Alfa Romeo Mito Sport: não estava à espera de gostar tanto deste carro. Graças a ele recordei a felicidade de estar (de novo) a conduzir uma versão sport. Quando carregava no “botão mágico” notava que o carro ganhava força, agarrava a estrada e… devorava combustível!!! Despedi-me dele no verão de 2011 e tenho que confessar que me custou um bocadinho. Há carros que deixam saudades…

Foi tempo de escrever sobre os carros da minha vida ou será que é tempo de (re)conduzir os carros da minha vida… Aceitam uma boleia?


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