Tenho vinte e um anos, algumas histórias para contar, se calhar menos do que aquelas que gostaria de ter para me recordar daqui a outros vinte e um anos, mais velho, espero que com mais responsabilidades e algumas rugas, mas com mais certeza de que aproveitei a minha passagem aqui da melhor forma.

Vivo na era do que dizem ser a “Geração mais qualificada de sempre” mas, e como é um dos que considero principais defeitos que tenho, penso muito nas coisas, penso em que moldes ou critérios podemos reiterar esta frase, quais as valências que temos para sermos apelidados de tão nobre maneira.

A “Geração mais qualificada de sempre” passa por ser a geração do medo, do comodismo e da aceitação, a Geração que criticava as cassetes parece estar a tornar-se numa, somos autênticas máquinas de republicação .

Onde está o pensamento crítico? A procura do crescimento pessoal verdadeiro, da fomentação do poder de expressão, da autenticidade e da criatividade? Onde aí sim, podemos ser máquinas, mas máquinas ajustadas e adaptadas, enquadradas numa sociedade que se constrói todos os dias.

Nas características desta Geração tem de estar força, e nela a coragem para falarmos sobre o que achamos, para irmos atrás daquilo que nos faz realmente feliz. É preciso arriscar, perceber a arte que é amar, comunicar e dar importância à consistência e à persistência. Não podemos viver preocupados em sermos julgados pelo simples de facto de sermos fiéis a nós mesmos. A vulnerabilidade que muitos veem em serem genuínos é na verdade uma das principais bases para um futuro melhor, plural, diverso e mais enriquecedor.

Assim, é necessário que cada um reflita no seu dia a dia, nas relações que tem com os amigos, com os pais, ou simplesmente com quem se cruzam numa paragem de autocarro. Cada um de nós tem influência e a nossa passagem na vida das pessoas nem sempre é em vão. Importa não esquecer de uma coisa, é na convicção de cada um que está o poder de transformação e a força para seguir em frente.E o amanhã? O amanhã resolve-se!

Gabriel Duque Prata