No sentido aristotélico a vida é sempre tragédia e muitos psicólogos e filósofos aceitam a vida ou a existência como uma causalidade psíquica ou uma desmoralização do ato de viver.
Existe um exército de ideias em que o homem é um anti-herói, vencido, descrente pelo mosto religioso ou pela tirania política que o torna confuso a contragosto, uma mera peça equivalente à moral da história do poder burguês e por definição implícita não passa de tipo marginal na grande engrenagem das forças capitalistas.
Acreditamos ainda assim que o homem moderno, dos dias de hoje, não obstante à desumanização da sua clássica ética é um suporte científico e cultural de uma civilização que se deseja vitalizada.
A tipologia humana desta tensão que se vive num mundo desarrumado, perplexo, sádico e cheio de violência e onde o trânsito do ódio, da corrupção, do homicídio é lei que regula o sincretismo cultural estamos em crer numa nova possibilidade recreadora fluente, mesmo generosa, onde credos, religiões, políticas antagónicas, formas de estar, de viver, se entendam e onde o HOMEM seja obrigado a viver democraticamente, socialmente, crente ou ateísta, livre, sem as perseguições fanáticas de seitas, de criminosos à solta, ou seja, com ou sem metafísica.
Mas o homem nunca se deve separar das suas raízes transcendentais, sejam elas o que forem, para não ficar à deriva das suas paixões mórbidas e muitas vezes bélicas e destruidoras de valores.
Tudo se resume ao Homem como criação superior da Humanidade e o racionalismo e o relativismo mostra que deixou de ser mera ilustração biológica da engrenagem política sempre enganosa, capitalista ou religiosa, para passar a energia do Mundo.
E essa energia pode chamar-se genética na sua mais lapidar expressão formal que apaga, amiúde, a densa tragicidade humana e constrói o processo criador com homens de boa vontade.
O Homem precisa do seu semelhante. Não deve isolar-se. Tem de ser útil ao seu meio, ao grupo, à terra, à cidade.
Tem de criar outra energia e não deve usar a mera ilustração verbal da coisa já feita, a repetição do costume e criar ou assimilar uma nova filosofia, outro pensar, ser ele próprio uma realidade social ou uma fórmula capaz de motivar o outro, o parceiro e não ficar na inércia como se tudo se resolvesse num qualquer esquematismo e na ingénua ilusão que tudo aparece por mero acaso.
E a propósito a nossa cidade necessita de todos os seus filhos ou dum bairrismo consciente…