O quadro era enternecedor nesta manhã de outono e fazia parar quantos se propunham entrar em Santa Cruz ou tão só os que cruzavam o Largo de Sansão. Eram mais de vinte, meninos e meninas de três e quatro anos os que ali estavam sentados num degrau do pórtico, virados para o assador das castanhas, que naquela altura estava por conta deles, pois então. E chegou o momento das responsáveis que os acompanhavam lá irem buscar os cartuchos, se ajoelharem frente a eles e de as descascarem e deixarem arrefecer, antes de as distribuírem e de os questionarem se estavam a gostar! E todos iam pedindo mais!
São habituais estes passeios, estas visitas aos monumentos, aos jardins, às ruas, à cidade, ouvimos da boca de uma das tais responsáveis, enquanto nos era recomendado que não déssemos visibilidade às crianças através das fotos. E aquela gente de palmo e meio, que então era ali o alvo das atenções, depois de comerem, cantaram outra vez, e outra, e outra, agora já de mão dada, a caminho do Pátio da Inquisição, onde está sedeada a IPSS a que pertencem. Fica-nos o testemunho de apreço por estas iniciativas e a certeza de que nunca mais estas ditas crianças irão esquecer, como são quentinhas e boas as castanhas de Coimbra.