A propósito da situação atual de a Académica/OAF, a jogar na Liga 2, e classificada em lugar de descida, tenho lido vários comentários, um deles do meu amigo Sansão Coelho que sugere, além de outros considerandos, em artigo de Opinião, publicado no Despertar de 9 deste mês, que o tónico para evitar o descalabro será a utilização para os jogos que irão acontecer, a mudança de cenário, ou seja “IR JOGAR PARA TAVEIRO, NO ESTÁDIO SÉRGIO CONCEIÇÃO, uma vez que o Municipal Cidade de Coimbra é um estádio que perdeu PROXIMIDADE e no qual as equipas adversárias, algumas vezes, estão mais à vontade do que a BRIOSA, nesta sua casa”, pois é necessária a proximidade entre adeptos e jogadores, pois estes últimos, quando utilizam o Estádio Cidade de Coimbra, estão longe do público e não sentem o calor do seu incentivo e entusiasmo.
O texto a que me refiro é um grito magoado de quem sente a Académica como uma paixão de que não se quer afastar, e muito menos vê-la a afundar-se, se for materializado o pior cenário, a descida de Divisão e a entrada dolorosa no Campeonato de Portugal. O apelo de Sansão Coelho tem razão de ser, pois a vida não é só o dia-a-dia social, mas também o interesse e a paixão por um emblema desportivo digno representante da cidade de Coimbra, que não pode desaparecer. Por isso, é conveniente que os responsáveis da BRIOSA, tal como sempre foi conhecida a Académica, pensem no apelo, e meditem sobre a bondade da sugestão.
Mas será viável essa mudança de local com o campeonato a decorrer?
Em jeito final, não me posso esquecer que fui estudante em Coimbra, nos anos cinquenta do século passado, e acompanhei o emblema com devoção e carinho. Refiro, a título de exemplo, uma ida ao campo do Salgueiros para apoiar a Académica e vim de lá com o coração cheio pois a equipa saiu vencedora do desafio e pôde, assim, manter-se na primeira divisão.