Artista que mostra uma vintena de quadros, uma espécie de odes de fogoso romantismo como trabalha o cromatismo e transmite a mensagem poética dos temas que se servem das ideologias e dos sistemas do pensamento de Proudhon, a pintora que é pedagoga e autora de dois livros e tem feito uma carreira em várias áreas afins em França de uma dimensão de agrado à crítica.
Vem de vez em vez a este país mostrar o seu magnífico trabalho com uma pintura quase doutrinária onde aborda o ser humano, a sua envolvência quer nos “mendigos”, nas “prostitutas”, na grande inquietude de colocar o Homem como centro do Universo.
Trabalha a figura como se fosse uma gesta revolucionária e empresta uma consciência progressista ao homem-ser, que parece afundar-se pelo capitalismo selvagem que impõem ao homem que ama a sua liberdade.
Mas Maria Guiomar Groffier além deste estrato pinta a natureza, ora torturada, ora feliz dentro duma estética existencialista.
Pintura, no fundo, de sabor expressionista recorrendo a estilos diversificados que se unem num senso universalista e a “leitura” pode ser feita em todo o sítio, tal a magia dos seus trabalhos.
A pintura é um complemento de si próprio desta francesa, no seu sangue corre sangue luso.
Exposição concorrida com uma perceção transcendental que não absolutiza, antes, de um credo relativo, da fragilidade das coisas, do efémero, num binómio curioso de conhecer e do ser parafraseando Tomás de Aquino, o santo que foi professor na Sorbone: “O Belo é tudo que agrada à vista”.
E esta exposição em Lisboa agradou a gregos e a troianos.
A paisagem portuguesa é mostrada com uma mente de quem vive fora, em pormenores que muitas vezes passam despercebidos, como o Norte verdejante, o Alentejo e as Beiras, em ângulos de gosto pessoal e de um constitucionalismo regenedor para a desertificação do nosso interior.
Exposição recebida e com sucesso.
Agradeço à Dr.ª Adélia Drago a boleia!