1 de Dezembro de 2025 | Coimbra
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Oliveira do Hospital recebeu cluster dedicado à economia circular em Portugal

28 de Novembro 2025

Oliveira do Hospital foi palco, no passado dia 18, do evento de lançamento do Cluster Portuguese Circularity, que está sediado no campus de tecnologia e inovação no mesmo concelho, marcando o início de uma nova etapa para a promoção da economia circular em Portugal, onde estiveram presentes mais de 100 pessoas.

O Cluster Portuguese Circularity surge de uma parceria estratégica e complementar entre o CECOLAB (Laboratório Colaborativo para a Economia Circular) e a Associação Smart Waste Portugal (ASWP), para acelerar a transformação circular da economia portuguesa, nomeadamente ao apoiar as empresas na adoção e implementação de soluções e modelos de negócio circulares, com vista à sua internacionalização e atuação em escala global.

O anfitrião do evento, João Nunes, presidente do Conselho de Administração do CECOLAB, e Aires Pereira, presidente da Direção da ASWP, enquanto representantes das entidades que materializam esta parceria, abriram a sessão destacando a importância da cooperação entre o setor público e privado na transição circular.

João Nunes destacou “a importância deste cluster para a região interior, demonstrando que estas regiões têm um potencial de se afirmar perante as grandes cidades”, reforçando ainda que “o Cluster pretende colocar (Portugal) em bicos de pés e posicionar-nos ao nível internacional, com uma base sólida na área da Economia Circular”. O presidente do CECOLAB referiu o desafio e necessidade: “às empresas inovação e à política ação”.

Já Aires Pereira afirmou que o Cluster Portuguese Circularity “pretende apoiar as entidades na adoção e implementação de soluções e modelos de negócio circulares, com vista à sua internacionalização e atuação em escala global”, algo bastante importante depois de uma década marcada pela “perda acelerada de biodiversidade, crises energéticas e de matérias-primas, volatilidade dos mercados internacionais, pressão sobre cadeias de valor globais, produção excessiva de resíduos e impactos das alterações climáticas”.

O lançamento do maior cluster empresarial sediado na região Interior do país contou com a presença de Octávio Borges, da Direção de Empreendedorismo e Inovação do IAPMEI, e Luís Matias, Coordenador da IIBT (Intervenção Integrada de Base Territorial) do Pinhal Interior, que representou a sub-região e partilhou a satisfação por esta acolher o Cluster Portuguese Circularity, sendo este uma oportunidade para “gerar oportunidades, criar valor, crescer” a partir de um território que sofre bastante com o despovoamento. Por fim, Alexandra Rodrigues, vice-presidente da CCDR-Centro, destacou a importância do trabalho em rede, uma vez que a “economia circular é a locomotiva para levar o desenvolvimento aos vários territórios”. Afirmou ainda que “ficou bem claro o nó central que se encontra em Oliveira do Hospital, enquanto malha de rede que procura a maior capilaridade possível na região e no país”.

O cluster conta, atualmente, com 72 membros: 47 Empresas; 14 entidades do Sistema Científico e Tecnológico; 8 Associações; e 3 Câmaras Municipais. Estas entidades representam um elevado peso e contributo para a economia nacional, com um volume de negócios superior a 3,8 mil milhões de euros e um volume de exportações superior a 815 milhões de euros, com um Valor Acrescentado Bruto superior a 1,2 milhões de euros e um número total de trabalhadores superior a 42 mil. Estes valores revelam um grande crescimento face aos que foram apresentados na fase de candidatura, sendo que em alguns casos supera mesmo os indicadores definidos a superar até 2030. “Estamos a demonstrar que o trabalho em rede tem propósito, faz todo o sentido, e estamos no bom caminho”, afirmou Filipa Figueiredo.

Quanto às atividades futuras, o cluster propõe-se a colocar mais de 200 novos produtos ou serviços circulares no mercado, nos próximos 5 anos, captar mais de 50 milhões de euros de investimento de risco em projetos de investigação e inovação, contribuir para o alcance de 5 novas políticas de mercado, capacitar mais de 10 mil recursos humanos para as temáticas relacionadas com a economia circular, criar 5 novos grupos de trabalho de interação e cooperação com 5 clusters nacionais e europeus, promover duas atividades de networking entre clusters e duas missões empresariais internacionais por ano. Por fim, o Cluster Portuguese Circularity pretende ainda criar uma marca e um selo “Circularity Portugal” para potenciar internacionalmente a imagem dos produtos e serviços desenvolvidos no âmbito do cluster, organizar a EXPO Circularity Portugal, desenvolver um serviço de EAGLE EYE para identificar oportunidades de investimento, bem como um capacity form para perceber as fragilidades no campo das competências, e atribuir três prémios anualmente – ESG Circularity Prize, Carbon Circularity Prize e i.Circularity Prize.

O evento contou ainda com o keynote speaker Miguel Brandão, Professor Associado do KTH – Royal Institute of Technology of Stockholm, que trouxe uma análise crítica à Avaliação do Ciclo de Vida, uma ferramenta indispensável para apoiar na descarbonização da economia.

“É preciso fazer as contas de forma sistemática, ver o trade-off”, referiu após ter dado diversos exemplos de práticas que se acreditam ser sustentáveis, mas que não trazem uma redução significativa do impacte ambiental.

Já o encerramento do evento ficou a cargo do presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo, que destacou a importância para a região deste reconhecimento do cluster. “Entendo que este é um grande desafio, que deve ser mobilizador, estimulante e incentivador para o trabalho em rede”, referiu o autarca, frisando ainda que o município estará disponível para apoiar os projetos desenvolvidos.

Este Cluster dedicado à Economia Circular vai promover a investigação, a inovação e o empreendedorismo na área da economia circular e da digitalização; identificar oportunidades de financiamento e desenvolver políticas para o crescimento do mercado; promover programas de formação nas áreas da circularidade e da transição digital; criar grupos de trabalho para potenciar a simbiose industrial e a cooperação internacional; apoiar os membros na definição de estratégias de internacionalização; e reforçar a posição de Portugal na economia circular, ambicionando um aumento da taxa de circularidade da economia portuguesa para 5%, num prazo de cinco anos.


  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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