A Universidade de Coimbra comemora hoje 729 anos. Tal como manda a tradição, nesta data arranca a Semana Cultural, evento que congrega mais de 100 iniciativas que se vão espalhar, até 12 de abril, por vários espaços da universidade e da cidade.
Inspirada no tema “Caminhos”, a 21.ª Semana Cultural da Universidade de Coimbra (UC) vai animar a cidade de hoje a 12 de abril. O programa abre, como habitualmente, no Dia da Universidade, instituição que completa hoje, 1 de março, 729 anos. Transversal a várias áreas, vai estender-se não só pelos vários espaços da UC como de toda a cidade, apostando em “Caminhos” inovadores que mostram o grande dinamismo das secções e faculdades mas também dos vários organismos e coletividades ligados à cultura de Coimbra.
Durante a apresentação do evento, que decorreu na semana passada, no Jardim Botânico, o vice-reitor Luís Filipe Menezes destacou a realização de um total de 105 iniciativas, distribuídas por várias áreas, num programa onde sobressaem “15 exposições, 11 concertos, quatro espetáculos de dança, oito de teatro, dois de poesia, seis na área do cinema, 37 eventos de divulgação cultural, três atividades lúdicas na área da etnografia tradicional, um evento gastronómico, quatro publicações, 11 performances de artistas e duas iniciativas dirigidas para as crianças”.
Luís Filipe Menezes destacou a abrangência do programa, bem como o facto de haver “mais de 100 entidades a propor iniciativas”, que vão ao encontro de todos os gostos e idades. Dada a variedade de iniciativas, convida o público a andar acompanhado do programa, um “livrinho de bolso” de fácil acesso que permite estar sempre a par do que é que está a acontecer. Mesmo sem querer destacar eventos num leque tão abrangente, dá especial relevo ao programa inaugural. Assim, depois de um dia intenso, onde sobressai a tomada de posse do novo Reitor, Amílcar Falcão, e da sua equipa e a sessão comemorativa do Dia da Universidade (esta às 15h00, na Reitoria) – onde será entregue o Prémio UC a Gonçalo Quadros e diplomas a doutorados pela UC e onde serão homenageados professores, investigadores e colaboradores aposentados e jubilados -, destaque para o concerto de abertura “Velhos e Novos Caminhos”, pela Orquestra Académica da UC, às 21h30, no Teatro Académico de Gil Vicente (TGVG), que pretende mostrar que “uma obra musical é, também, um caminho”, explorando neste espetáculo “caminhos escritos por compositores d’ aquém e d´além mar”.
A gala solidária “Labirintos”, marcada para 12 de março, às 21h30, também no TAGV, é outro dos eventos destacados por Luís Filipe Menezes, não só pelo próprio espetáculo mas também pela sua vertente solidária. Raquel Ralha & Pedro Renato e Jigsaw associam-se a este evento, cujas receitas revertem para a Associação Recriar Caminhos, instituição de apoio ao desenvolvimento vocacional, formação e inclusão de pessoas com esquizofrenia.
Luís Filipe Menezes sublinhou a importância deste evento para a UC e para a cidade, considerando que fazer uma iniciativa desta dimensão, “com tão pouco dinheiro, é algo fantástico”. A 21.ª Semana Cultural tem um orçamento de cerca de 60.000 euros, contando, uma vez mais, com o patrocínio do Santander Totta. Presente no evento, o representante do banco, Luís Coutinho, recordou que esta parceria remonta já a 2003, reafirmando a disponibilidade para continuar a apoiar este género de iniciativas.
O TAGV continua a ser um dos principais parceiros desta programação. O diretor Fernando Oliveira destacou a “ação programada e articulada com outros espaços, da própria universidade, o que tem permitido fazer mais e fazer diferente”. No seu entender, este é um “momento de alargamento”, já que, pela sua diversidade, a Semana Cultural acaba por atrair públicos mais diversos ao TAGV, sendo um dos eventos mais importantes dos “quase 320 que o Teatro realiza ao longo do ano”.
Os “Caminhos” começam hoje e até 12 de abril vão percorrer a cidade, com ações para todas as idades, a maioria de acesso livre. Luís Filipe Menezes entende que “a UC e a cidade têm que caminhar de mãos dadas”, defendendo que deve ser este “o repto que tem que ser deixado com este programa”, numa altura em que Coimbra é uma das candidatas a Capital Europeia da Cultura 2027.