8 de Novembro de 2024 | Coimbra
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400 mil portugueses faltam ao trabalho devido às dores nas costas

10 de Maio 2019

Em Portugal, as dores nas costas levam aproximadamente 400 mil portugueses por ano a faltar ao trabalho, um problema grave quer para empresas quer para as pessoas que sofrem, com sérias implicações do ponto de vista socioeconómico. Estes dados foram divulgados na semana passada, no âmbito do Dia do Trabalhador, com a campanha “Olhe Pelas Suas Costas” a recordar a necessidade de apostar na proteção.

De acordo com os dados divulgados, as dores nas costas já são consideradas como “uma das principais causas de ida ao médico, acabando também por contribuir para o aumento das reformas antecipadas e para o crescimento do absentismo laboral, que se poderiam evitar com uma maior consciência do que é possível fazer para proteger a coluna vertebral”.

Transportar materiais pesados ou passar demasiado tempo sentado ao computador são requisitos de várias profissões dos dias de hoje, que podem contribuir para lesões graves na coluna dos portugueses.

“Trabalhamos oito ou mais horas por dia e é na atividade laboral que somos mais descuidados com as nossas posturas e esforços. Ao contrário do que se possa pensar, estes problemas não são apenas desencadeados por trabalhos pesados. Na verdade, as profissões mais sedentárias também contribuem para lesões na coluna, bem como as atividades que implicam repetição de movimentos”, explica Bruno Santiago, coordenador nacional da campanha.

O neurocirurgião realça, ainda, que “atualmente as dores das costas são uma das principais causas de absentismo laboral e é por isso que queremos alertar a população para os cuidados necessários quanto à saúde das suas costas”, alertando para o facto de as dores nas costas serem já “são responsáveis por 50 por cento dos casos de incapacidade física na população adulta”.

Segundo um estudo da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, de 2014, mais de 50 por cento dos portugueses, de diferentes setores de atividade, admitem passar muito tempo em posições dolorosas, transportar materiais pesados e realizar movimentos repetitivos.

Bruno Santiago deixa alguns conselhos para que possam proteger as costas na atividade laboral. “Quando se passa muito tempo sentado deve colocar-se os joelhos mais altos que as ancas e o monitor do computador devem estar à altura dos olhos. Ao transportar materiais pesados deve ter-se o cuidado de não fletir o tronco, mas sim as pernas, segurar os objetos perto do corpo e pedir ajuda sempre que necessário. Em qualquer trabalho é ainda importante que se façam periodicamente pausas que permitam mudar de posição com frequência ou exercitar os músculos. O exercício físico é fundamental para prolongar a saúde da coluna e deve ser incluído na rotina semanal, o que por vezes é difícil num contexto de jornadas de trabalho longas e tempo perdido em transportes”, conclui o neurocirurgião.

Lançada em 2009, a campanha “Olhe pelas suas costas” é uma iniciativa que visa sensibilizar a população para a problemática das dores nas costas, alertar para as suas consequências na vida pessoal e profissional e educar sobre as formas de prevenção e tratamento existentes. A iniciativa tem a chancela da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral, da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia, da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, da Associação Para o Estudo da Dor, da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação, da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar e conta com o apoio da Medtronic.


  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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