Inaugurações e melhoramentos marcam os primeiros anos do século XX. De 2000 a 2009 muito há a destacar na cidade. O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha abre requalificado, é inaugurado o Estádio Municipal ao som dos Rolling Stones, o novo Pediátrico ganha vida e já se circula na Ponte Europa. A nível comercial, abre o Retail Park de Eiras, o Dolce Vita e o Fórum. A cidade conta também com dois novos museus – o da Ciência e o da Água – e, a nível desportivo, assiste à construção do Estádio Sérgio Conceição e à requalificação do Campo Santa Cruz. A equipa sénior do Olivais FC está de parabéns, já que se sagrou, em dois anos seguidos, campeã nacional e venceu ainda uma Supertaça. A lamentar, o desaparecimento da Irmã Lúcia, do Papa João Paulo II e, entre nós, dos irmãos António e Artur de Almeida e Sousa e de Fausto Correia.
O ano 2000 abre com bons prenúncios para Coimbra. Anuncia-se que a Casa dos Pobres vai ter umas novas instalações na Quinta do Cedro, em S. Martinho do Bispo. Mas, antes da sua concretização, os utentes deixam as instalações do Pátio da Inquisição e mudam-se para a Pensão Rivoli, na Praça do Comércio, onde permanecerão até estar concluída a desejada obra.
No mesmo ano diz-se que o Metro vai circular em 2004, Santo António dos Olivais vai ter uma nova sede, anuncia-se a Praça da Canção e a Câmara aprova o programa Polis. Duas notícias tristes marcam também o ano – morre Luís Ramos, fundador da Matobra, e a co-incineração avança em Souselas, anunciando-se o início dos testes para maio de 2001. A contestação vai continuar a fazer-se sentir nos anos seguintes, com a população a não aceitar tal decisão.
É também em 2001 que Jorge Sampaio é reeleito Presidente da República (PR), numas eleições em que metade dos portugueses optou pela abstenção. Por cá, as cheias atingiram proporções preocupantes, causando avultados prejuízos, e na Avenida Elysio de Moura as vivendas atingidas pelo desabamento de terras continuam sob ameaça de derrocada.
Anuncia-se que, no ano seguinte, Coimbra será Capital Nacional da Cultura; o Estádio Municipal de Coimbra remodela-se para receber o Euro 2004; a Faculdade de Direito inaugura o seu auditório; a Câmara lança concurso público para o teatro no Pátio da Inquisição; e a cidade fica a saber que o Pavilhão de Portugal que esteve na Expo de Hannover vai ficar em Coimbra, junto ao Mondego.
São ainda notícia a inauguração do parque subterrâneo no Bota Abaixo e é prometida idêntica estrutura para a Praça da República. Em perspetiva está ainda a construção de um parque de estacionamento automóvel no Largo D. Dinis. Surge também a ideia de criar um World Trade Center no Convento de S. Francisco.
Na área da Saúde, a ministra promete um novo Pediátrico para Coimbra e o Primeiro Ministro (PM), António Guterres, garante que não faltará financiamento para a obra; é inaugurado no Instituto Português de Oncologia um serviço de cuidados paliativos dirigido a doentes em fase terminal; e nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) uma equipa de 20 especialistas, dirigida por Linhares Furtado, faz uma operação inédita no país, ao transplantar parte do fígado que uma mãe doa ao filho.
No ensino, os estudantes universitários estão preocupados com os cortes orçamentais e unem-se às manifestações que decorrem em todo o país, ameaçando mesmo encerrar a Universidade por tempo indeterminado.
No final de 2001, Carlos Encarnação é eleito presidente da Câmara de Coimbra, destronando Manuel Machado. As eleições autárquicas de 16 de dezembro deixam o país em estado de surpresa e preocupação. A vitória do PSD nas principais cidades do país levou o PS a assumir a derrota e o desejo de mudança dos portugueses. António Guterres pediu a demissão, que foi aceite pelo PR, Jorge Sampaio. Sucede-lhe Durão Barroso.
Já em 2002 nasce em Taveiro o Estádio Sérgio Conceição, enquanto na Solum o Municipal ganha vida. Lentamente – e com algumas paragens – vai avançando a Ponte Europa, numa altura em que se festeja a suspensão da co-incineração, que Coimbra e a Figueira da Foz ficam mais próximas com a ligação pela autoestrada e que o Euro vai fazendo esquecer o Escudo.
A requalificação do Centro Histórico de Montemor-o-Velho, a abertura do Museu da Pedra em Cantanhede, a reabertura do Teatro Messias na Mealhada, a inauguração do Complexo Carlos Reis na Lousã são também notícias que marcam a região nestes anos.
Rolling Stones testam novo Estádio
O concerto dos Rolling Stones, em setembro de 2003, em Coimbra, agita a cidade e o país. A comemorar 40 anos de carreira, a mítica banda testa o novo Estádio, que é o terceiro do país a ficar pronto para o Euro’2004, sendo inaugurado em festa.
Na cidade são ainda notícia os Pantufinhas, que passam a circular na zona histórica e anuncia-se que a cobertura da Baixa será submetida a referendo. Também o Terreiro da Erva preocupa população e comerciantes da zona e a autarquia prepara projeto com vista à reconversão urbana desta área.
Abre o Retail Park em Eiras, investimento de 13 milhões de euros, e o edifício do Instituto Português da Juventude está a ser remodelado.
Já em 2004 as populações de Miranda do Corvo e Lousã manifestam-se contra o estado de degradação em que se encontra o Ramal da Lousã e exigem “obras urgentes”. Em Coimbra reabre, quatro séculos depois, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, monumento que faz “parte da alma” de Portugal, como disse Durão Barroso que, nesse ano, é eleito presidente da Comissão Europeia, sendo substituído no cargo de Primeiro-Ministro por Santana Lopes. É também – finalmente – inaugurada a Ponte Europa, também designada Ponte Rainha Santa Isabel. Na mesma altura abre o novo serviço de urgências dos HUC.
No desporto, ainda não foi desta que a Seleção Nacional de Futebol foi campeã da Europa mas Portugal está de parabéns pela forma brilhante como decorreu o Euro’2004.
É também em 2004 que “O Despertar” perde um dos seus timoneiros. António de Almeida e Sousa morre em dezembro, no mesmo mês que o país se despede de Fernando Valle e que o Presidente da República anuncia a dissolução do Parlamento.
País chora morte da Irmã Lúcia e do Papa João Paulo II
No início de 2005, surgem boas notícias para Coimbra – é anunciada a construção de uma nova Faculdade de Farmácia e é finalmente adjudicada a obra do novo Pediátrico. Em fevereiro, mês em que José Sócrates é eleito Primeiro-Ministro de Portugal, morre em Coimbra a Irmã Lúcia, a última vidente de Fátima.
Parece que há boas novas no que toca ao Metro. As demolições começam na Baixa e parece que começa “um percurso sem recuo num projecto que se arrastava há mais de uma década”.
Outra “boa nova” surge em abril, com a inauguração do Dolce Vita, que cria 1300 postos de trabalho na cidade. Nesse mesmo mês, o mundo chora a morte do Papa João Paulo II e “O Despertar” a do seu Diretor, Artur de Almeida e Sousa. Sucede-lhe, em outubro, Fausto Correia, que se vai manter no cargo até ao seu falecimento repentino, em outubro de 2007.
Meses depois é inaugurado o Parque de Campismo, entre o Areeiro e Portela, e Carlos Encarnação é reeleito presidente da Câmara.
O ano de 2006 começa com a eleição de Cavaco Silva como Presidente da República e com manifestações em defesa do Metro. Um ano depois da sua morte, a Irmã Lúcia despede-se de Coimbra, com a transladação dos seus restos mortais para a Basílica do Santuário de Fátima. Enquanto isso, Sócrates retoma o polémico processo de co-incineração. É também nesse ano que o Fórum abre em Coimbra, criando 1500 postos de trabalho diretos e 300 indiretos, e que o mau tempo volta a causar muitos prejuízos, com as lojas na Baixa completamente inundadas. Em novembro, Cavaco Silva inaugura as obras do Polis e o serviço Ecovia é extinto e em dezembro é inaugurado o Museu da Ciência.
Em 2007 teme-se pela degradação da Baixa, provocada pelas demolições com vista ao Metro. O Portugal dos Pequenitos abre remodelado e com novas atrações, é inaugurado o Museu da Água de Coimbra e na Lousã abre a Pousada da Juventude. A Fundação Bissaya Barreto festeja 50 anos, a Associação Comercial e Industrial de Coimbra 145 e a Associação Cristã da Mocidade 90.
Morte de Fausto Correia deixa “O Despertar” de luto
Este é um ano de luto para “O Despertar”, já que a 9 de outubro morre o seu Diretor Fausto Correia. O jornal “veste-se” de negro e dedica 14 das suas 24 páginas a este homem, publicando textos de muitos e muitos amigos que, em todo o país, choram o seu desaparecimento.
António Carlos de Sousa passa a Diretor Interino (como já tinha sucedido aquando da morte do pai, Artur de Almeida e Sousa), cargo que ocupa pouco tempo já que, em fevereiro de 2008, o jornal passa para o comando de Lino Vinhal e integra o Grupo Media Centro, continuando, no entanto, os três filhos de Fausto Correia a fazerem parte da empresa.
É também neste ano que a autarquia cria visitas guiadas temáticas para promover a cidade. O Partido Socialista homenageia Fausto Correia e descerra uma placa na Rua Augusto Rocha (onde vive a família) e coloca o seu busto na sede de Coimbra. A equipa sénior feminina do Olivais sagra-se campeã nacional e conquista a Supertaça.
São ainda notícia a inauguração do monumento de homenagem à Raça Poiarense em Vila Nova de Poiares e, em Coimbra, a reabertura do Campo de Santa Cruz e a inauguração, nos HUC, do primeiro Centro de Simulação Biomédica num hospital público português. Santo António dos Olivais reclama por um novo cemitério.
Já em 2009 Coimbra promove a rota pelas tabernas da cidade, valorizando este património. O Museu da Água está entre os melhores da Europa, a equipa sénior feminina do Olivais revalida o título de Campeã Nacional, a APPACDM inaugura lar residencial em S. Silvestre e abre em Coimbra a Casa da Acreditar, a terceira do país e que vai poder acolher 200 famílias por ano.
Em termos financeiros, estes são anos difíceis, sendo preocupante o sobreendividamento das famílias, que leva cada vez mais pessoas a recorrerem à DECO.